sábado, 11 de dezembro de 2010

CRÍTICA: Spider-Man: Shattered Dimensions [X360]


Depois de anos de decepções com jogos do Homem-Aranha (entre elas "Spider-Man 3", "Spider-Man: Friend or Foe" e "Spider-Man: Web of Shadows"), finalmente a Activision parece ter aprendido como se faz um bom jogo de super-herói, depois do extremo sucesso que foi Batman: Arkham Asylum, com toda sua diversão, tensão, simplicidade, ótima jogabilidade e bons gráficos. Spider-Man: Shattered Dimensions foi a redenção do Cabeça de Teia nesta geração de vídeo-games, com sua boa mecânica que flui bem durante a aventura, uma diversão sólida, que dura até a última fase, e quatro (sim, QUATRO) universos paralelos que contam com seus próprios Spideys e características únicas.

Como eu sempre começo minhas críticas de games falando sobre a mesma coisa (a trama), hoje mudarei um pouco e falarei sobre os aspectos negativos. O gráfico no Universo Amazing é estranho, meio chuviscado, e acredito eu que não existam motivos artísticos para ele ser assim (o do Universo Noir tudo bem, por se ambientar na década de 1950 e dar uma aparência de "antigo" a ele, então o efeito é aceitável). O som, especialmente nas cutscenes, é muito baixo, e nem colocar as configurações sonoras do jogo no máximo resolvem isso. Alguns inimigos "inúteis" (como aqueles robôs enviados pela Octopus) são apelões demais para serem derrotados e ter que enfrentá-los só aumenta o preciso tempo gasto com as fases. O Spider-Man Noir é tão frágil quando descoberto que chega até a ser irritante a maneira com que ele perde HP (o engraçado é que ele fica super-f*#@ quando tá lutando normalmente). E, por fim, a fase do Deadpool é MUITO chata.

Voltando a rotina normal, agora sim falarei um pouco sobre a história. Na trama, Mysterio, antigo e fracassado vilão das histórias do Aranha, decide roubar uma antiga pedra mística chamada "Tablet of The Order and Chaos" de um museu. Eis que o Amigão da Vizinhança aparece para salvar o dia e luta com seu inimigo. Porém durante o combate, a rocha se quebra e abre um portal interdimensional, e seus fragmentos vão parar em Universos diferentes do herói da Marvel (no caso: Noir, 2099 e Ultimate, além do Amazing, onde tudo isso acontece), causando problemas em diversos momentos, quando caem nas mãos de outros vilões como Kraven, Goblin, Deadpool e Dr. Octopus (em uma versão feminina, no Universo 2099), além de que uma das partes fica em posse de Mysterio. A partir daí, cabe ao jogador recuperar as partes perdidas, derrotar todos que estiverem no caminho e cabar com a raça do inimigo principal de uma vez por toda. Tudo é desenvolvido de uma maneira interessante e lembra muito as HQs do Aracnídeo.

Os gráficos, tirando o que já foi dito anteriormente sobre os do Universo Amazing, são bem-feitos, tendo uma característica específica para cada Universo. No Universo Noir, por exemplo, existe predomínio do preto-e-branco e de alguns "chuviscos", para dar um clima sombrio e ambientá-lo na época que acontece, entre 1940/1950. Já o Universo 2099 conta com muitas cores, porém com um predomínio do azul e algumas distorções, para dar a sensação de futuro e criar um dinamismo necessário aqui. O Universo Ultimate, por sua vez, parece o mais normal, mas tem cores bem profundas, definidas e alguns efeitos de reflexo, efeitos característicos da linha de quadrinhos de mesmo nome. Also, os cenários são ótimos e consideravelmente grandes, os inimigos são bem-modelados e os vilões/chefes foram recriados de uma forma bacana, aderindo as peculiaridades de cada Universo.

The Four Spider-Men.

O som, como já disse, está baixo em relação aos outros games, e se você tem o costume de jogar tudo com um volume só (como eu), certamente terá que aumentar o de sua TV, mesmo com as configurações do jogo no máximo. Mesmo assim, a dublagem é boa e sincronizada com o que aparece na tela, além de contar com alguns nomes famosos e outros já conhecidos no meio. A trilha sonora é a como a dos outros jogos e e dos filmes do Spidey, mas se torna um pouco enjoativa com o passar do tempo e das fases.

A jogabilidade é um dos melhores aspectos de Shattered Dimensions. Ela flui muito bem, com um ótimo e simples sistema de combate (o que é uma mão-na-roda para lutar contra aqueles batalhões de inimigos que aparecem), além de também se diferenciar entre as dimensões. A que mais sofre mudanças é a Noir, onde, diferente das outras (em que a pancadaria predomina), o elemento stealth é o ponto-chave, com as sombras sendo suas aliadas e você tendo que se esconder nelas para prosseguir e neutralizar oponentes, caso contrário eles te descobrirão e o personagem será facilmente aniquilado (outro aspecto ruim citado por mim no começo do texto). Além deste, a Ultimate conta com um Rage Mode para o Black Spider-Man (graças ao simbionte) e a 2099 conta com uma visão acelerada para o 2099 Spider-Man. A Amazing parece não ter nada, mas o uso de ataques com as teias é sua exclusividade. Also, os comandos foram bem-dispostos no controle e apenas melhoram a experiência.

Ainda existem alguns extras, como artworks e rascunhos, que são desbloqueados após o cumprimento de algumas tarefas, que podem ser visualizadas no menu "Web of Destiny". Quanto mais tarefas finalizadas, mais golpes e upgrades serão destavados para serem comprados através de Spider-Points, obtidos quando os inimigos são derrotados. Entre estes upgrades estão trajes especiais para cada versão do Aranha, sendo um total de três para cada um. Ainda existem alguns Spider-Symbols espalhados pelas fases, e achá-los garante Spider-Points extras (bem como HP), além de serem parte essencial para obter bons rankings no fim de cada tela.

Mesmo contando com algumas imperfeições, Spider-Man: Shattered Dimensions é um ótimo game do Homem-Aranha depois de muito tempo (o último realmente bom mesmo foi "Ultimate Spider-Man", e isso só em 2005). Com uma jogabilidade ótima, bons gráficos, muitos extras e diferenças significativas entre os Universos, o game é divertido do início ao fim, e chega a ser bem desafiador em certas partes. Acredito que o Aracnídeo tenha se reencontrado no mundo dos jogos eletrônicos, e, se continuar melhorando assim, quem sabe um dia não volte a reinar novamente... Mas claro, para isso terá que destronar Batman: Arkham Asylum e o futuro Batman: Arkham City, que com certeza será um jogaço, assim como seu antecessor. Será que ele consegue?

Gráficos: 8,5
Jogabilidade: 9,5
Som: 7,0
Diversão: 9,0
Desafio: 8,0
Extras: 8,5

NOTA: 8,5

Trailer:


Universo Noir, que para mim é o maior destaque do jogo.

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