Mostrando postagens com marcador Let There Be Rock. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Let There Be Rock. Mostrar todas as postagens

domingo, 22 de maio de 2011

Let There Be Rock - Episódio 10: 80s, parte 3/5: I'm a god, why can't I live on?


Aloha, rockeiros e rockeiras do Bar Obi-Wan! Apesar de não ter postado na semana passada (por falta de tempo e preguiça), hoje estou de volta com mais um episódio de "Let There Be Rock"! Dando continuidade à década de 1980, hoje falarei sobre os anos de 1984 e 1985, bem importantes para o desenvolvimento do Thrash Metal e do Hard Rock oitentista, subgêneros que conheceram alguns de seus principais representantes nesse período, que também contou com muitos lançamentos importantes, turnês e, claro, uma excelente sonzeira.

Para começar, logo no dia 1º de janeiro de 1984, temos o Van Halen lançando o clássico "1984" ("MCMLXXXIV" em algarismos romanos, como está na capa do disco), um álbum muito festivo, cheio de energia, que mostra toda a qualidade e técnica do guitarrista Eddie Van Halen e que trouxe hits como "Jump", "Panama" e "Hot For Teacher". Infelizmente, foi o último lançamento da banda com David Lee Roth (até a data deste post, pelo menos), que, após uma briga com Eddie durante a "1984 Tour", deixou a banda, que, por sua vez, o substituiu por Sammy Hagar, artista solo que emplacou com a música "I Can't Drive (55)" no mesmo ano. O primeiro LP com o mesmo só veio em 1986.

Na cena do Thrash Metal, era a vez do Anthrax surgir com "Fistful of Metal", com um som pesado e rápido (como é característico do subgênero) e que trouxe "Soldiers of Metal", "Metal Thrashing Mad" e "I'm Eighteen", cover de Alice Cooper. Junto a eles temos o Metallica com o álbum "Ride The Lightning", ainda mais rápido e agressivo que seu antecessor e que tem músicas como "For Whom The Bell Tolls", "Creeping Death", a power-ballad "Fade To Black" e "Ride The Lightning".

No Hard Rock/Glam Metal, podemos ver o surgimento do Bon Jovi com seu álbum homônimo, que faz um bom uso de sintetizadores para criar músicas como "Runaway", "Roulette", "Shot Through The Heart" e "Love Lies". O Ratt também fazia seu debut com "Out of the Cellar", da clássica "Round and Round", um LP bem vivo e com ótima sonoridade. O Whitesnake passa a ter mais destque após o lançamento de "Slide It In", carregado de faixas que falam sobre o amor, como "Guilty of Love", "Love Ain't No Stranger" e "Gambler". Junto a eles, o Twisted Sister lançava o seu mais conhecido álbum, "Stay Hungry", com canções simples mas bem enérgicas como "I Wanna Rock" e "We're Not Gonna Take It". E ainda temos os alemães do Scorpions com "Love at the First Sting", sem dúvidas o ápice da carreira do grupo, com muito peso misturado a baladas, como fica explícito em composições como "Still Loving You", "Big City Night" e o hit "Rock You Like a Hurricane".

Outros destaques ficam por conta do Iron Maiden com o excelente "Powerslave" (de "Aces High" e "2 Minutes To Midnight"), que os rendeu a grande turnê "World Slavery Tour", que teve a maior produção para a época; o milagroso retorno da formação clássica do Deep Purple com "Perfect Strangers" ("Knockin' At Your Back Door", "A Gypsy Kiss" e "Perfect Strangers"); o Judas Priest com "Defenders of the Faith" ("Freewheel Burning", "Love Bites" e "Rock Hard Ride Free"), que segue a mesma linha de seu antecessor; o Queen com o famoso "The Works" ("I Want To Break Free", "Radio Gaga" e "Hammer To Fall"), álbum muito criticado pela mudança no estilo da banda em relação aos lançamentos anteriores; Red Hot Chili Peppers em seu pouco conhecido debut homônimo, sem músicas conhecidas; O AC/DC com o EP "'74 Jailbreak" ("Jailbreak" e "Soul Stripper"), de músicas "perdidas" com o falecido vocalista Bon Scott; Bruce Springsteen com o clássico "Born In The U.S.A." (do hit de mesmo nome); Dio com "The Last In Line" ("We Rock e "The Last In Line"); e Echo and the Bunnymen com "Ocean Rain" (da famosa "Killing Moon").

Em 1985, tivemos, aqui no Brasil, a primeira edição do festival de música "Rock In Rio", uma megaprodução que voltou os olhos do mundo todo para a cidade de Rio de Janeiro e que troxe artistas como AC/DC, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Queen, Rod Stewart, Scorpions, Whitesnake e Yes. Com exceção do Maiden, todos os outros fizeram dois shows durante as noites que o evento durou. Os do Queen foram filmados e passados ao vivo pela Rede Globo. As bandas se apresentaram para públicos imensos, estimados entre 200 mil e 300 mil pessoas, fazendo com que o "RIR" fosse um grande sucesso.

Entre as bandas de Thrash Metal, foi a hora do Megadeth, banda formada por Dave Mustaine como forma de vingança contra o Metallica, ver a luz do dia com o ótimo "Killing Is My Business... And Business is Good!", extremamente agressivo e rápido, e que traz a polêmica "Mechanix", música que antes foi do Metallica e que depois se transformou em "The Four Horsemen", motivo pelo qual faz Mustaine até hoje acusar seus antigos companheiros de plágio e também zombar do fato em shows. Junto a eles também temos o Slayer com "Hell Awaits" ("Necrophiliac", "Kill Again" e "Hell Awaits") e o Anthrax com "Spreding The Desease" (da clássica "Madhouse"), reforçando ainda mais a cena da época.

No cenário do Hard Rock, o Mötley Crüe lançou o conhecido "Theatre of Pain", muito criticado na época mas que traz um excelente som, como "City Boy Blues", "Smokin' In The Boys Room" e "Home Sweet Home". O Bon Jovi trouxe "7800º Fahrenheit", de músicas como "In and Out of Love" e "Only Lonely", e chegou a ocupar a posição #37 na lista de mais vendidos da Billboard. O Dokken trouxe "Under Lock and Key", com uma boa e funcional fórmula semelhante a das outras bandas do gênero e que trouxe "It's Not Love", "In My Dreams" e "The Hunter". Ainda temos o Ratt com "Invasion Of Your Privacy", da conhecida 'Lay It Down".

Este foi um ano de poucos destaques, mas entre eles ainda cito o Rush com "Power Windows"; o AC/DC com "Fly on the Wall"; os alemães do Helloween com o EP "Walls of Jericho", um dos percursores do Power Metal; Marillion com "Misplaced Childhood"; Red Hot Chili Peppers com "Freaky Styley"; Kiss com "Asylum"; e Aerosmith com "Done With Mirrors".

É isso aí, galera, esta foi mais uma postagem de Let There Be Rock. Semana que vem estarei de volta, .para falar dos anos de 1986 e 1987. Fiquem agora com agumas das músicas citadas no texto:







































Freddie Mercury e o imenso público do Rock In Rio I.

domingo, 8 de maio de 2011

Let There Be Rock - Episódio 9: 80s, parte 2/5: What do you want? What do you want?


E aí, leitores rockeiros do Bar Obi-Wan! Mais uma semana, e mais um episódio de Let There Be Rock (agora aos sábados, para quem não leu o da semana passada)! Dando continuidade a história do Rock na década de 1980, hoje falarei sobre os anos de 1982 e 1983, citando so acontecimentos mais importantes, bandas que surgiam, novidades na cena e lançamentos. E estes dois aos foram, sem dúvidas, de extrema importância, pois alguns clássicos foram gravados nesse período, bem como bandas extremamente conhecidas hoje surgiram e/ou passaram a ganhar mais destaque.

Em 1982, um trágico fato ocorreu e abalou a história do Rock: no dia 19 de março, o guitarrista Randy Rhoads, membro da banda solo de Ozzy Osbourne, morreu devido a um acidente de avião, provocado graças a algumas brincadeiras que Andrew Aycock, o piloto, realizou, fingindo tentar acertar o ônibus onde estava o resto do grupo e, sem querer, raspando a asa do avião no teto, fazendo com que ela quebrasse e ele caísse. Ozzy, então, entrou numa depressão profunda, que só o fez se afundar ainda mais no mundo das drogas. Ainda assim, o vocalista substituiu Rhoads temporariamente por Brad Gillis, finalizou a turnê e lançou o ao vivo "Speak of the Devil", que traz apenas gravações de músicas do Black Sabbath.

Apesar disso, o ano contou com muita coisa boa. Enquanto isso, em Los Angeles, um novo subgênero estava realizando seus primeiros movimentos: o Thrash Metal, caracterizado por músicas bem pesadas, rápidas e agressivas (meio que uma mistura entre Metal e Punk Rock), e com influências de Iron Maiden, Motörhead, Judas Priest, Diamond Head e outros. Bandas como Metallica (ainda com Dave Mustaine e Ron McGovney em sua formação), Slayer e Anthrax, três dos quatro representantes do "Big Four of Thrash Metal", realizavam seus primeiros shows, compunham algumas de suas primeiras músicas e gravavam algumas fitas demo para mostrarem a alguma gravadora.

Na Europa, o Iron Maiden, agora com o voclista Bruce Dickinson, gravou o clássico "The Number Of The Beast", com músicas melhor trabalhadas e um pouco diferentes do lançamento anterior, entre elas "Run to the Hills", "Hallowed Be Thy Name", "The Prisoner" e "The Number Of The Beast". O Judas Priest também gravou um clássico: "Screaming for Vengeance", mais pesado que os antecessores, e que trouxe "The Hellion/Electric Eye", "Riding On The Wind", "You've Got Another Thing Comin'" e "Bloodstone". E o Black Sabbath, por sua vez, lançou o ao vivo "Live Evil", ainda com Ronnie James Dio como vocalista, que canta alguns clássicos antigos junto com as músicas de sua era.

Ainda temos o Motörhead com "Iron Fist"; Scorpions com "Blackout"; Venom com o famoso "Black Metal", que, sgundo alguns, deu origem ao subgênero de mesmo nome; Queen com conhecido "Hot Space"; Kiss com "Creatures of the Night"; Whitesnake com "Saints and Sinners", que trouxe as primeiras versões de "Crying in the Rain" e "Here I Go Again"; Van Halen com "Diver Down"; Rush com "Signals"; Led Zeppelin com "Coda"; seu último lançamento de estúdio; Twisted Sister com seu debut "Under The Blade"; The Clash com "Combat Rock"; e Rainbow com "Straight Between The Eyes".

Em 1983, as bandas de Thrash finalmente estouraram na cena. O Metallica (agora com Kirk Hammett no lugar de Mustaine e Cliff Burton no lugar de McGovney) conseguiu um contrato com a Megaforce Records e então lançou, no dia 25 de julho, o álbum "Kill 'Em All", muito agressivo, rápido, pesado e cheio de energia, e com músicas como "Hit The Lights", "The Four Horsemen", "Whiplash" e "Seek and Destroy". O Slayer, por sua vez, também conseguiu um contrato, com a Metal Blade Records, e lançou, em Dezembro, "Show No Mercy", outro álbum extremamente pesado, agressivo, rápido e que traz temas ligados ao ocultismo e ao satanismo, além de contar com "The Antichrist", "Fight Till Death", "Metal Storm/Face the Slayer" e "Black Magic". O Anthrax só apareceu no ano seguinte e o Megadeth, a quarta banda do Big Four, apenas em 1985.

Ao mesmo tempo, bandas de Hard Rock/Glam Metal passavam a ganhar mais popularidade. O Mötley Crüe, nesse ano, gravou seu clássico "Shout at the Devil", com um som pesado, mas músicas mais alegres, características desse subgênero. O Def Leppard também resolveu entrar nessa onda e gravou o ótimo "Pyromania", de hits como "Photograph", "Rock of Ages" e "Foolin'". O Quiet Riot fez "Metal Health", que traz as conhecidas "(Bang Your Head) Metal Health" e "Cum On Feel The Noise". O Twisted Sister trouxe "You Can't Stop Rock And Roll". O Dokken veio com "Breaking The Chains". Até mesmo o Kiss resolveu aderir ao estilo, revelando suas caras ao mundo todo (o que foi mais uma jogada comercial, pois a popularidade do grupo vinha despencando) e lançando "Lick It Up". Junto a eles, bandas importantes como Bon Jovi, Ratt e Poison davam seus primeiros passos.

Nesse mesmo ano, o baterista Clive Burr saiu do Iron Maiden por problemas pessoais e foi, então, substituido por Nicko McBrain. Assim, a banda gravou o disco "Piece of Mind", mais trabalhado, mais pesado e menos veloz que seu antecessor, que traz músicas como "Where The Eagles Dare", "The Trooper", "Flight of Icarus" e "Die With Your Boots On". Ozzy Osbourne escolheu o guitarrista Jake E. Lee para substituir o falecido Randy Rhoads e gravou o famoso "Bark at the Moon", de "Rock N' Roll Rebel", "So Tired" e "Bark at the Moon". O Black Sabbath trouxe o baterista Bill Ward de volta, uniu forças com Ian Gillan e realizou o extremamente criticado "Born Again", contando com "Trashed", "Digital Bitch" e "Born Again". Dio, por sua vez, após sair do Sabbath, se reuniu comVinny Appice, Vivian Campbell e Jimmy Bain e formou sua banda solo, que teve seu debut com o clássico "Holy Diver", de hits como "Rainbow in the Dark" e "Holy Diver".

E ainda tivemos Motörhead com "Another Perfect Day"; Pink Floyd com "The Final Cut", último lançamento com baixista e vocalista Roger Waters; The Police com o ótimo "Synchronicity", o último de estúdio do grupo; Thin Lizzy com o excelente "Thunder and Lightning", também o último de estúdio deles; U2 com o famoso "War"; Yes com o incrível, porém criticado e odiado pelos fãs "90125"; AC/DC com "Flick of the Switch"; e o Saxon com "Power & Glory".

E é isso aí, galera, mais uma postagem gigante que eu espero que tenha entretido vocês. Semana que vem eu volto (ou talvez fique só para outra semana), com mais dois anos da década de 1980. Fiquem agora com algumas músicas citadas aqui:






























PS: que se fod* se não saiu no sábado.

R.I.P. Randy :/

domingo, 1 de maio de 2011

Let There Be Rock - Episódio 8: 80s, parte 1/5: Don't ask me, I don't know!


Saudações rockeiras, galera do Bar Obi-Wan! Depois de duas semanas sem Let There Be Rock (uma como forma de luto pelas vítimas de Hillsborough e outra por conta do feriado), eis que retorno aqui, para o mais novo episódio da série. Mas antes, um comunicado: estou mudando a data das publicações de sexta-feira para sábado. Como devem ter notado, os últimos episódios não saíram até as 23:59 da sexta e acabaram sendo publicados no sábado. Pois é, minhas sextas-feiras estão meio corridas e estou meio sem tempo para postar algo como o LTBR aqui. Por isso, estou realizando esta mudança, e acredito que será algo melhor tanto para mim quanto para vocês, leitores.

Voltando ao episódio, hoje começarei a falar sobre a década de 1980, que, além de ser muito importante para o Rock, é a minha preferida. Muitas excelentes bandas surgiram ou ganharam destaque nesse período, especialmente as de Heavy Metal e Hard Rock, que foram os subgêneros dominantes da época. Foi, sem dúvidas, a década do auge do gênero, que perdeu espaço nas duas décadas seguintes. E adotei uma nova divisão para essas postagens, pois o número de coisas a se falar é imenso. Serão 5 posts sobre os anos 80, cada um falando sobre 2 anos. Esta postagem será dedicada aos anos de 1980 e 1981, que tiveram muitas novidades, lançamentos e cada vez mais bandas de sucesso.

Em 1980, o Iron Maiden, agora com Clive Burr na bateria e Dennis Stratton como segundo guitarrista, ganhava mais destaque na cena da NWOBHM, com o lançamento de seu primeiro disco completo, o auto-entitulado "Iron Maiden". Ele trazia musicas rápidas e pesadas, misturando alguns elementos do Metal com outros do Punk Rock. Entre suas músicas, temos "Phantom of the Opera", "Sanctuary", "Transylvania", "Prowler" e a clássica "Iron Maiden". Na mesma época, outra banda inglesa da NWOBHM, o Diamond Head, aparecia com seu debut, o chamado "Lighting to the Nations", com características semelhantes as do Maiden, e com o hit "Am I Evil", "Lighting to the Nations", "It's Electric", "Helpless" e "The Prince". E, junto a eles, temos também o Def Leppard, que se consagrou fazendo músicas mais puxadas para o Hard Rock. Em sua estréia, "On Through the Night", conferimos pérolas como "Wasted", "Rock Brigade" e "Hello America", mais puxadas para o Metal.

Como já havia dito na postagem anterior, Ozzy Osbourne saiu do Black Sabbath, que chamou Ronnie James Dio para seu lugar. Eles gravaram, então, o álbum "Heaven and Hell", um dos melhores de Metal que já ouvi, com uma sonoridade um pouco diferente de tudo apresentado pelo Sabbath até então, e que traz músicas como "Neon Knights", "Lady Evil", "Children of the Sea" e "Heaven and Hell". Mas Ozzy não ficou atrás, e se reuniu ao guitarrista Randy Rhoads, o baixista Bob Daisly e o baterista Lee Kerslake, formou sua banda solo e gravou o excelente "Blizzard of Ozz", também rápido e pesado, mas com muita melodia e músicas bem trabalhadas, entre elas "I Don't Know", "Crazy Train", "Suicide Solution", "Mr. Crowley" e "Goodbye to Romance".

Na cena do Rock, surgia nada menos que o U2, banda que, nos anos seguintes, se tornaria uma das maiores do Rock em todo o planeta. Seu debut, "Boy", é um dos mais conhecidos lançamentos do subgênero conhecido como "Post-Punk", por ter a mesma idéia de protestos do Punk Rock, mas com músicas menos agressivas. E é exatamente isso que aparesentado no álbum, de canções como "I Will Follow" e "A Day Without Me". Este foi só o início de algo que simplesmente mudaria o estilo no resto na década e nas posteriores.

Mas nem tudo foi feliz nesse ano. No dia 19 de fevereiro, o vocalista Bon Scott, do AC/DC, faleceu, vítima de asfixia com o próprio vomito, após uma noite de bebedeira e drogas. A banda, em primeiro momento, optou por encerrar suas atividades, mas pensou melhor e decidiu continuar, chamando Brian Johnson para assumir o microfone e gravar o clássico "Back In Black" (que, como se nota pelo título, foi uma homenagem a Bon), um disco muito cheio de energia e com excelentes composições como "Hells Bells", "You Shook Me All Night Long", "Shoot To Thrill" e "Back In Black". Também faleceu, no dia 25 de setembro, o baterista John Bonham, do Led Zeppelin, pela mesma causa da morte de Scott. O Zeppelin, por sua vez, decidiu encerrar sua atividades, lançando seu último álbum apenas em 1982. Junto a eles, no dia 8 de dezembro, partiu deste mundo o ex-Beatle e icone John Lennon, assassinado a tiros por Mark David Chapman que, ironicamente, era um grande fã do artista. Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr gravaram "All Those Years Ago" como forma de homenagem.

Ainda foram lançados os discos: "Ace of Spades", um clássico do Mötorhead; "The Game", outro clássico do Queen; "British Steel", mais um clássico do Judas Priest; "Chinatown", do Thin Lizzy; "Wheels of Steel" e "Strong Arm of the Law", ambos do Saxon; "Head On", o primeiro do Samson com Bruce Dickinson (antes conhecido como "Bruce Bruce") nos vocais; "Ready An' Willing", do Whitesnake; "Animal Magnetism", do Scorpions; "Sandinista!", do The Clash; "Unmasked", do Kiss; "Womenand Children First", do Van Halen; e "Permanent Waves", do Rush.

Em 1981, mais bandas surgiam para para integrar a NWOBHM. Entre elas, temos o Venom, uma das mais pesadas do subgênero, e também uma das responsáveis pelo surgimento do Black Metal. Isso fica bem explícito em "Welcome to Hell", seu primeiro LP, que apresenta músicas bem pauleiras e temas ligados ao satanismo e ao ocultismo. Em sua tracklist, temos "Sons of Satan", "Welcome to Hell", "In League With Satan", "Witching Hour", "Mayhem With Mercy" e "One Thousand Days in Sodom" (sim, escolhi essas músicas justamente para explicitar as influências).

Junto a eles, o Iron Maiden, que agora tinha o guitarrista Adrian Smith substituindo Dennis Stratton, lançou "Killers" que seguiu a mesma linha de seu antecessor, mas com músicas mais trabalhadas, entre elas "Wrathchild", "Murders In The Rue Morgue", "Killers", "Another Life" e "Genghis Khan", junto com o single "Women In Uniform", que não pertence a tracklist. O Samson também gravou algo neste ano: o famoso álbum "Shock Tactics", de "Riding With The Angels", "Earth Mother", "Go To Hell" e "Communion". Este foi o último álbum com "Bruce Bruce" nos vocais, pois o Maiden, visando ganhar mais fama e cansado dos abusos de drogas do vocalista Paul Di'anno, decidiu demití-lo, chamando, assim, Bruce Dickinson para assumir o microfone, após assistir uma performance dele com sua antiga banda no "Reading Festival", naquele mesmo ano.

No Rock, mais novidades. A primeira delas é a talentosa Joan Jett, que decidiu seguir carreira solo após o fim das Runaways, lançando os famosos álbuns "Bad Reputation" (de "Do You Wanna Touch Me (Oh Yeah)", "Bad Reputation" e "Make Believe") e "I Love Rock N' Roll" (de "Crimson and Clover", "Nag", "I Love Rock N' Roll" e o cover "Summertime Blues", do The Who). A segunda são os californianos do Mötley Crüe, uma das mais conhecidas e importantes bandas de Hard Rock/Glam Metal dos anos 80, com seu debut cheio de energia, o conhecido "Too Fast For Love", que traz "Live Wire", "Merry-Go-Round", "Tonight" e "Too Fast For Love".

Ozzy Osbourne e Black Sabbath também não ficaram de fora dos destaques desse ano. Ozzy lançou o conhecido "Diary of a Madman", com a mesma linha de seu anterior, e que conta com "Flying High Again", "Over The Mountain", "You Can't Kill Rock N' Roll" e "Believer". Já o Sabbath gravou, com Vinny Appice substituindo Bill Ward (demitido por abuso de álcool), "Mob Rules", também com o mesmo estilo de "Heaven and Hell", e que apresenta "Turn Up The Night", "Voodoo", "The Sign Of The Southern Cross", "The Mob Rules" e "Falling Of The Edge Of The World". Infelizmente, Ronnie James Dio e Vinny Appice saíram do Black Sabbath, por terem brigado com o restante da banda. Dio, então, foi formar uma banda solo, junto com Appice.

Nesse ano ainda tivemos: "Ghost in the Machine" e "Zenyatta Mondatta", ambos do The Police; "Moving Pictures", um grande clássico do Rush; "For Those About To Rock (We Salute You)", o segundo do AC/DC com Brian Johnson como vocalista; "High N' Dry", álbum bem famoso do Def Leppard; "October", do U2; "Fair Warning", do Van Halen; "Music from The Elder", do Kiss; "Come An' Get It", do Whitesnake; "Point of Entry", do Judas Priest; e "Demin and Leather", do Saxon".

E por hoje encerro minhas atividades. Semana que vem estarei de volta, para falar de mais dois anos da década de 1980. E lembrando: as postagens agora serão no SÁBADO. Fiquem agora com algumas das várias músicas citadas na postagem:





























PS: Nessa semana, exclusivamente, o episódio foi publicado no domingo. Mas, a partir da próxima, todos os outros serão no SÁBADO mesmo.

Cena clássica.

sábado, 9 de abril de 2011

Let There Be Rock - Episódio 7: 70s, parte 3/3: Let there be light, sound, drums, guitar...


Aeae, rockeiros e rockeiras do Bar Obi-Wan! Já devem saber que hoje é sexta-feira, e sexta-feira é dia de...? LET THERE BE ROCK! (e dorgas também, riariariariaria...) Depois de uma semana bem complicada para mim, onde não tive muito tempo para postagens, retorno hoje, com o esperado 7º episódio da série. Como falei, hoje será a última parte sobre a década de 1970, que engloba desde o começo de 1977 até o fim de 1979. Foi uma época crucial para diversas bandas como o AC/DC e o Black Sabbath, pois definiu seus rumos para os próximos anos. Mas também marcou o início ou o destaque de várias outras, que seriam extremamente importantes nos anos seguintes, especialmente nos anos 1980.

Se vocês se lembram, o Punk Rock estava em ascensão nos EUA e na Inglaterra, com suas letras de protesto, sonoridade simples, rápida, "suja" e agressiva, músicos sem muitas noções e muita energia. Entre os principais grupos, temos nomes como Ramones, Sex Pistols e The Clash. Além deles, temos também a cena "underground" do Metal britânico fazendo seus primeiros movimentos, o que, em breve, iniciaria o movimento conhecido como New Wave Of British Heavy Metal (NWOBHM), com uma excelente leva de bandas, mas muitas não conseguiram o sucesso esperado.

Voltando ao tempo do tópico, falarei sobre o ano de 1977, que teve ótimos lançamentos e novidades na área. Entre elas, o Sex Pistols estreava com o clássico "Never Mind The Bollocks, Here's The Sex Pistols" ("Anarchy in the UK", "God Save The Queen" e "Pretty Vacanty" fazem parte de sua playlist), o primeiro e único do grupo gravado em estúdio. The Clash também aparecia com o auto-entitulado e também clássico "The Clash" (de "Remote Control", "White Riot" e "Complete Control"), garantindo repercussão a eles. Os Ramones lançaram, por sua vez, dois álbuns: "Leave Home" e conhecido "Rocket To Russia", também aumentando a popularidade deles. 

Junto a eles, também temos o AC/DC com o disco que dá título a essa série: o excelente "Let There Be Rock" (com "Let There Be Rock", "Whole Lotta Rosie" e "Hell Ain't a Bad Place To Be"); Rush com "A Farewell to Kings" ("Xanadu", "Closer to the Heart", "A Farewell to Kings" e "Cinderella Man"); Thin Lizzy com "Bad Reputation" ("Bad Reputation" e "Soldier of Fortune"); Pink Floyd com o conceitual "Animals"; Queen com "News of the World" (que conta com "We Will Rock You", "We Are The Champions" e "Sheer Heart Attack"); The Runaways com "Queens of the Noise" ("Born to be Bad" e "Heartbeat"); Aerosmith com "Draw the Line" ("Kings and Queens", "Bright Light Fright" e "Draw the Line"); Kiss com "Love Gun"; Motörhead com homônimo "Motörhead", que tem várias músicas de "On Parole"; Rainbow com o ao vivo "On Stage"; e o Judas Priest com "Sin After Sin" (que tem "Sinner" e "Diamonds & Rust)". Menção honrosa ainda para o Talking Heads, que gravou "Talking Heads 77", LP cujo tem a clássica "Psycho Killer" entre suas músicas.

Ao mesmo tempo, as coisas não iam muito bem para o Black Sabbath. Após algumas divergências internas, Ozzy Osbourne resolve sair da banda e montar a sua própria. Porém, pouco tempo depois, o Madman retorna ao grupo, para gravar um álbum que foi lançado no ano seguinte. O Led Zeppelin também não estava tão bem das pernas, com os integrantes resolvendo dar uma pausa logo após o fim da turnê do disco "Presence". Mas eles voltaram ainda no mesmo ano, preparando um novo lançamento, que também saiu no ano seguinte.

Em 1978, mais novidades. Entre elas, temos o The Police, que mesclava elementos do Rock, Pop e Reggae em suas primeiras músicas, o que fica bem explícito no debut "Outlandos D'Amour" (de "Next to You", "Roxanne", "Can't Stand Losing You" e "Truth Hits Everybody"). Junto a eles, o Van Halen, banda descoberta por Gene Simmons, do Kiss, surgia no cenário musical, com  o famoso "Van Halen" ("Runnin' With The Devil", "Eruption", "Ain't Talkin' 'Bout Love", "You Really Got Me" e "Feel Your Love Tonight"), que trazia uma sonoridade bem diferente e animada. Também surgia o Whitesnake, do vocalista David Coverdale, ex Deep-Purple, com o álbum "Trouble" (que conta com "Day Tripper", cover dos Beatles). E ainda temos o Dire Straits, do guitarrista Mark Knopfler, que apareceu com o auto-entitulado "Dire Straits" (com "Sultains of Swing" e "Water of Love"), contando com uma sonoridade também diferente, mas mais trabalhada e com elementos do Blues e do Pop-Rock.

No mesmo ano, ainda tivemos o Judas Priest com dois discos: "Stained Class" ("Beyond The Realms of Death") e "Killing Machine", ou "Hell Bent For Leather" ("Running Wild", "Hell Bent For Leather" e "Delivering the Goods"); o AC/DC também com dois lançamentos: o excelente "Powerage" (de "Riff Raff", "Rock N' Roll Damnation" e "Sin City") e o ao vivo "If You Want Blood You've Got It"; Ramones com "Road to Ruin" ("I Wanna Be Sedated"); The Clash com "Give 'Em Enough Rope" ("Tommy Gun" e "English Civil War"); o Black Sabbath com "Never Say Die!" (com a clássica "Never Say Die"), o último com Ozzy Osbourne nos vocais; Led Zeppelin com "In Through the Out Door" ("Fool in the Rain" e "All My Love"); Rush com "Hemispheres" (que conta com "The Trees" e "La Villa Strangiato"); Rainbow com "Long Live Rock N' Roll" ("Kill the King" e "Long Live Rock N' Roll"); Thin Lizzy com "Live and Dangerous"; e o Queen com "Jazz" (que tem "Fat Bottomed Girls", "Bicycle Race" e "Don't Stop Me Now"). A menção honrosa dessa vez fica com The Doors, que lançou um tributo a Jim Morrison chamado "An American Prayer" e que contém gravações até então não lançadas do lendário vocalista pela banda.

1979 foi ano da explosão na NWOBHM na mídia e na cena musical, com boa parte das mais importantes bandas aparecendo aqui. Sua sonoridades eram mais agressivas do que o que era conhecido por Metal antes, puxando até mesmo um lado mais Punk do negócio. Entre elas, temos o Saxon com seu lançamento homônimo; o Samson , do guitarrista Paul Samson, trouxe "Survivors"; e o Iron Maiden, ainda com o vocalista Paul Di'anno e o baterista Doung Sampson (e sem um segundo guitarrista), gravando o EP "The Soundhouse Tapes", que contém as versões "demo" de "Prowler", "Invasion" e "Iron Maiden" (alguns dizem que certas versões tinham "Strange World também). Nos anos seguintes, outras bandas importantes apareceram, como o Diamond Head e o Def Leppard.

E também pudemos contar com o AC/DC lançando o clássico "Highway to Hell" (de "Highway to Hell", "If You Want Blood (You've Got It)", "Girls Got Rhythm" e "Beating Around The Bush"); Motörhead com "Overkill" ("Stay Clean", "Overkill" e 'Too Late Too Late") e "Bomber" ("Stone Deaf Forever", "Dead Men Tell No Tales" e "Bomber"); Pink Floyd com o fantástico "The Wall" ("Another Brick In The Wall", "Hey You" e "Comfortably Numb"); Thin Lizzy com "Black Rose: A Rock Legend" ("Do Anything You Want To Do", "Go To Give It Up" e "S&M"); The Police com "Regatta de Blanc" ("Message in a Bottle" e "Walking on the Moon"); Whitesnake com "Lovehunter"; The Clash com "London Callin'"; e o Kiss com "Dynasty" (I Was Made For Lovin' You").

Mas nem tudo foi tão bem nesse ano. Ozzy Osbourne deixava por definitivo o Black Sabbath e iniciava a procura por artistas para formar sua banda solo, até que acha ninguém menos que Randy Rhoads para ser seu guitarrista. Ronnie James Dio, após divergências com Ritchie Blackmore (sim, esse cidadão tem um ego maior que Júpiter), também deixava o Rainbow por definitivo, e, logo em seguida, assumiu a vaga deixada por Ozzy no Black Sabbath. Mas os resultados disso deixarei para depois...

E é isso, galera, mais uma postagem imensa para vocês. Espero que tenham se divertido lendo isso aqui, pois deu um trabalho desgraçado... De qualquer forma, aqui acaba os anos 1970 e sua importância para o Rock. Semana que vem estarei de volta, para falar sobre os anos 1980. Não sei qual tipo de divisão irei usar e nem em quantas partes dividirei a década, mas decidirei isso nos próximos dias. Fiquem agora com algumas músicas citadas no texto:















PS: Novamente, não deu pra sair até 23:59 da sexta-feira... Sorry.

It all started here...

sábado, 2 de abril de 2011

Let There Be Rock - Episódio 6: 70s, parte 2/3: Guess who just got back today!


Salve salve, galera rockeira do Bar Obi-Wan! Depois de uma semana dramática sem Let There Be Rock (para quem não viu, foram 2 adiamentos), eis que volto para escrever o tão esperado episódio 6 da série musical! Dando continuidade a minha última postagem, falarei sobre a segunda parte dos anos 70, envolvendo desde o início de 1974 até o fim de 1976, período onde ocorreram diversas novidades, surgimento de novas bandas e lançamentos. Como sempre, tudo apresentado em um texto bem humorado e, claro, com muita boa música. Especialmente hoje, por ser de uma época que gosto muito quando se trata da década de 1970.

Para começar, digo que está é uma parte muito importante da história do Rock, pois é quando as bandas de Hard Rock e Metal começam a entrar em ascensão, com o surgimento de grandes nomes que se destacarão muito nos anos que se seguiram. Outro aspecto marcante é que foi aqui que se iniciou o movimento Punk, na Inglaterra, sendo que depois se espalhou para o resto do mundo, e que também influenciou muito as gerações seguintes. Junto a isso, temos os subgêneros já conhecidos e algumas das bandas que já estavam no topo subindo cada vez mais, enquanto certas outras começaram a perder popularidade...

Em 1974, temos o debut dos canadenses do Rush, uma das mais famosas bandas de Rock Progressivo da história, na cena musical. Seu álbum de mesmo nome (de "Working Man") teve boa repercussão e foi bem aceito pelo público na época, apesar de ser mais Hard/Heavy. Outros que também apareceram nesse mesmo ano foram o Judas Priest, os deuses do Metal, com "Rocka Rolla", tendo seu nome e capa referentes a "Coca-Cola". O Supertramp, outra banda de Prog já meio conhecida na Inglaterra, veio com o que é provavelmente seu melhor álbum, o famoso e ótimo "Crime of the Century" (de "School", "Dreamer" e "Crime of the Century"), com uma sonoridade bem mesclada com o Pop Rock também. O Deep Purple trazia com uma novidade em sua formação: David Coverdale, que mais tarde se destacaria mais com o "Whitesnake". O grupo lançou, nesse ano, o excelente "Burn" (de "Mistreated" e "Burn"), mas, durante a turnê de divulgação, novas desavenças surgiram entre os membros o que culminou na saída do guitarrista e lider Ritchie Blackmore. Ainda temos o Queen com dois discos em 74: "Queen II" (menos importante) e "Sheer Heart Attack" (mais importante, com "Killer Queen", "Brighton Rock", "Stone Cold Crazy" e "Now I'm Here"); além do Kiss, também com dois lançamentos: "Kiss" (de "Strutter") e "Hotter Than Hell". Por incrível que pareça, Led Zeppelin, Pink Floyd e Black Sabbath não lançaram nada.

1975 foi um ano de peso no cenário musical. Bandas extremamente importantes apareceram, enquanto os gigantes da época realizaram alguns de seus melhores trabalhos. Para começar, nada menos que o AC/DC lançava seu primeiro LP, "High Voltage" (de "It's a Long Way to the Top (If You Wanna Rock N' Roll)", "T.N.T.", "The Jack" e "High Voltage"), em suas versões australiana e mundial. Todos sabemos os monstros do Rock que os australianos se tornaram nos anos seguintes, então nem darei muitas explicações. Junto a eles, Ritchie Blackmore voltava sem o Deep Purple, e sim com uma nova banda: o Rainbow, que trazia ninguém menos que o lendário vocalista Ronnie James Dio nos vocais. O disco de estréia, "Ritchie Blackmore's Rainbow" (que conta com "Man on the Silver Mountain", "Self-Portrait" e "Catch the Rainbow"), é uma verdadeira aula de como seu fazer Rock, com excelentes composições e uma banda extremamente competente. Também tinhamos o Motörhead lançando "On Parole" (com "Motorhead", "On Parole" e "Iron Horse/Born to Lose"), dando assim início a uma das bandas mais importantes para o surgimento posterior da NWOBHM e do Thrash Metal. Ainda temos o Queen com "A Night at the Opera" (da clássica "Bohemian Rhapsody", junto com "Love of My Life" e "You're My Best Friend"), e, a partir daí, o grupo ganhou o mundo, realizando shows imensos para arenas lotadas. Além disso, temos o retorno da "tríplice" a estúdio: Black Sabbath lança "Sabotage" (de "Symptom of the Universe" e "Megalomania"); Led Zeppelin vem com "Physical Graffiti" (da famosa "Kashmir", e também de "Houses of Holy" e "Trampled Under Foot"); e o Pink Floyd nos traz "Wish You Were Here" (que conta com todas as partes de "Shine On You Crazy Diamond", "Wish You Were Here" e "Have a Cigar"). Also, Bruce Springsteen lança "Born To Run", e o que restou do Deep Purple gravou "Come Taste The Band", um fracasso que resultou num hiato de 9 anos.

E 1976 também contou com muita qualidade. AC/DC com as versões australiana e mundial de "Dirty Deeds Done Dirt Cheap" (com "Rocker", "Big Balls", "Problem Child" e "Dirty Deeds Done Dirt Cheap"); Queen com o ótimo "A Dayat the Races" (de "Tie Your Mother Down" e "Somebody to Love"); Rainbow com o fantástico "Rising" (que tem "Stargazer", "Starstruck" e "Tarot Woman"); Rush com o conceitual "2112" (com a gigantesca "2112", que tem mais de 20 minutos), apresentando o lado Progressivo do grupo; Thin Lizzy com dois álbuns: o conhecido "Jailbreak" (contando com "Jailbreak" e "The Boys Are Back in Town") e o também conceitual "Johnny The Fox"; Led Zeppelin com "Presence" (de "Achilles Last Stand" e "Nobody's Fault But Mine"); Judas Priest com "Sad Wings of Destiny" (que conta com "The Ripper" e "Victim of Changes"); Aerosmith com "Rocks" (de "Last Child" e "Back in the Saddle"); Kiss lançando o clássico "Destroyer" ("Detroit Rock City" e "God of Thunder") e também "Rock and Roll Over" ("Calling Dr. Love" e "Hard Luck Woman"); e o Black Sabbath com o criticado "Technical Ecstasy" (de "It's All Right" e "Dirty Woman").

Nesse mesmo ano também tivemos algumas novidades. A primeira delas é que foi formada a primeira banda exclusivamente de meninas, "The Runaways", todas adolescentes entre 16 e 17 anos (entre elas, Joan Jett e Lita Ford), e que estrearam com o disco homônimo (que conta com "Cherry Bomb", "You Drive Me Wild" e "Rock and Roll"), tendo uma sonoridade bem agressiva e letras críticas. A segunda é que, enquanto isso, na cena "Underground", o movimento Punk vinha se formando, com alternativas de protesto através da música. Assim, nascia o Punk Rock, sempre com letras críticas, canções curtas, atitude agressiva e sonoridade pouco trabalhada. Entre bandas de destaque, temos os Ramones (com o auto-entitulado "Ramones"), The Clash e Sex Pistols, que só lançaram seus primeiros discos no ano seguinte e, por isso, ficarão para a semana que vem. E ainda temos as primeiras movimentações de grupos da "New Wave of British Heavy Metal" (ou NWOBHM), com o Iron Maiden e o Saxon com suas primeiras formações, tocando apenas em pubs e bares ingleses.

E por enquanto é só, galera. Semana que vem retornarei, para falar sobre a última parte dos anos 1970, desde o começo de 1977 até o fim de 1979. Fiquem agora com algumas músicas citadas no texto:

























PS: Devido a um imprevisto, não deu pra sair na sexta, mais uma vez...

YEAH! \,,/

quinta-feira, 24 de março de 2011

Let There Be Rock - Episódio desta semana adiado [ATUALIZADO]


Galera, sinto muito em dizer isso, mas o novo episódio de "Let There Be Rock" não será publicado hoje, como eu havia prometido na semana passada. Tive um dia muito agitado hoje, algumas coisas não saíram exatamente como o planejado e acabei me vendo totalmente sem tempo para a postagem de hoje, ou ao menos para redigir algo com alguma decência. Peço mil desculpas aos leitores por isso.

Mas não se preocupem, pois a série continuará. Tentarei fazer o máximo para o episódio 6 sair até domingo, caso contrário, ele será publicado na segunda-feira. Nele, falarei sobre o cenário do Rock desde o início de 1974 até o fim de 1976. A qualidade será a mesma do que já foi visto anteriormente, por isso, se você curtiu os últimos posts, não deixe de conferir este :)

[ATUALIZAÇÃO] Bom, galera, infelizmente não vai dar pra ficar pronto até o fim desta segunda-feira. Por isso, confirmo que o ep. só sairá mesmo na sexta-feira, dia 01/04... E não, ninguém vai ser trollado novamente. [/FIM DA ATUALIZAÇÃO]

Para consolá-los, deixarei um preview do conteúdo aqui, com 4 músicas de bandas que certamente aparecerão na postagem:





Ah, e um aviso: amanhã tentarei fazer um especial do Iron Maiden aqui, em comemoração a chegada da banda ao Brasil para os shows :D

 Facepalm: I know, I deserve it today...

sábado, 19 de março de 2011

Let There Be Rock - Episódio 5: 70s, parte 1/3: ...And fire in the sky


Boa sexta-feira, leitores do Bar Obi-Wan! Como já devem saber, toda sexta tem uma nova postagem da série especial "Let There Be Rock", onde falo sobre a história do Rock, comento bandas e recomendo algumas coisas. Hoje, claro, não podia ser diferente, para a alegria de toda a nação rockeira. Neste episódio, começarei a falar da década 1970, que, para mim, foi o início do ápice do Rock N' Roll no mundo todo. Novamente, serão 3 postagens: uma falando sobre 1970-1973, outra falando sobre  1974-1976 e a última sobre 1977-1979. Se precisar (ou se vocês quiserem), escreverei também uma parte especial sobre o Punk Rock, que teve uma grande importância na influência de diversas outras bandas que surgiriam mais tarde.

O período que envolve 1970 até 1979 trouxe grandíssimas contribuições para a música, com a consolidação de alguns subgêneros como o Metal, o Rock Progressivo, o Punk, o Glam Rock e o Hard Rock. Algumas das maiores bandas surgiram nessa época e vem encantando gerações com seus hinos, muito conhecidos até hoje. Também trouxeram inovações muito importantes, bem como abriram portas para o surgimento de novos estilos e influenciaram outras áreas da música, contribuindo muitas vezes de forma essencial.

Em 1970, algumas dessas grandes bandas estavam se destacando na cena: o Black Sabbath, o Deep Purple e o Led Zeppelin, já comentados na minha última postagem. O Sabbath lançou, neste ano, dois álbuns: "Black Sabbath" em janeiro (que tem músicas como "Black Sabbath", "N.I.B.", "The Wizard" e "Evil Woman") e "Paranoid" (com "War Pigs", "Iron Man", "Paranoid" e "Electric Funeral"), ambos com uma sonoridade bem tensa, sombria e pesada, diferente de tudo o que já havia sido feito antes. O Deep Purple passou a ter Ian Gillan como vocalista e gravou o disco "In Rock" (que conta com "Speed King", "Child in Time" e "Hard Lovin' Man") e também o famoso single "Black Night", com um som simples, solos rápidos e uma música de 10 minutos. Por sua vez, o Zeppelin, que já tinha muito sucesso graças aos seus dois primeiros LPs, lançados no ano anterior, registrou "Led Zeppelin III" (com grandes clássicos como "Immigrant Song" e "Since I've Been Loving You"), e seguia fazendo shows, cada vez com mais público. Como já sabem, os Beatles se separaram nesse mesmo período, e cada um então seguiu com sua carreira-solo pelos anos. John Lennon teve como seu primeiro disco "John Lennon/Plastic Ono Band"; Paul McCartney lançou "McCartney"; George Harrison, que já tinha tido algumas experiências sem sua antiga banda, teve o debut com "All Things Must Pass"; Ringo Starr, por fim, veio com dois plays: "Sentimental Journey" e "Beaucoups of Blues". Todos tiveram muito destaque na época, mas hoje sabemos que quem realmente conseguiu alcançar mais sucesso fora do Fab Four foram os dois primeiros.

Mas nem tudo foram flores em 1970, pois ocorreram duas terríveis perdas de alguns dos maiores nomes da década anterior. O primeiro a falecer foi Jimi Hendrix, em 18 de setembro, por engasgar com seu próprio vomito depois de encher a cara durante a noite toda, e assim a música perdeu um de seus mais criativos guitarristas da história. A segunda a nos deixar foi Janis Joplin, em 4 de outubro, por uma overdose de heroína. Detalhe: ambos morreram com apenas 27 anos de idade, o que, mais tarde, se tornaria algo bem curioso.

1971 foi um outro bom ano para alguns grupos. Led Zeppelin chegava com "Led Zeppelin IV" (tendo "Stairway To Heaven", "Rock N' Roll" e "Black Dog"), um dos seus registros mais aclamados; John Lennon lançava "Imagine" (da clássica "Imagine"); Deep Purple colocava nas lojas "Fireball"; The Doors trazia "L.A. Woman" (com "Riders on the Storm" e "L.A. Woman"). Enquanto isso, bandas de Rock Progressivo começavam a ganhar mais destaque, como o Yes, que lançou "The Yes Album" (com "Starship Trooper" e "I've Seen All Good People"), e Pink Floyd, já citada anteriormente e que agora vinha com "Meddle" (que traz "Fearless" e "Echoes"). Junto com eles, apareciam Emerson, Lake & Palmer com "Tarkus", Genesis com "The Nursery Crime", Jethro Tull com "Aqualung", além do Thin Lizzy, com um álbum de mesmo nome. Nessa mesma época, o Glam Rock também começava a aparecer, com David Bowie e Alice Cooper. Mas uma nova perda viria a acontecer: em 3 de julho, Jim Morrison foi encontrado morto na banheira de seu apartamento em Paris, por causas desconhecidas até hoje. Curiosamente, ele foi outro que morreu com apenas 27 anos.

Em 1972, mais destaques. Deep Purple lançava o clássico "Machine Head" (de "Smoke on the Water", "Highway Star" e Space Truckin'"), um de seus discos mais conhecidos; David Bowie vinha com "The Rise and Fall of Ziggy Stardust and The Spiders From Mars", com a história de um alienigena que resolve vir para a Terra ser um astro do Rock (e sim, as pessoas continuavam a usar drogas aqui); Yes gravava "Fragile" (da conhecida "Roundabout"), um dos mais aclamados álbuns de Progressivo; Genesis conseguia boas críticas com "Foxtrot" (que conta com a música de quase 23 minutos "Suppers Ready"); Alice Cooper, por sua vez, divulgava o famoso "School's Out". Também surgia na cena a banda alemã de Hard Rock Scorpions, com seu debut "Lonesome Crow". Menções honrosas para o America com LP homônimo (de "A Horse With No Name") e The Doors com "Full Circle", segundo lançamento após a morte do vocalista, e, sendo assim, os 3 integrantes restantes assumiram os vocais, juntos a alguns convidados.

No ano de 1973, temos algumas novidades. O Queen lançava seu primeiro disco, "Queen" (de "Keep Yourself Alive"), já com boa repercussão e iniciando uma carreira que se tornaria monstruosa nos anos que viriam. Surgia também o Aerosmith com seu álbum auto-entitulado (de "Dream On", "Make It", "Movin' Out" e "Mama Kin"), com uma sonoridade que lembrava o Led Zeppelin e o Deep Purple. Falando no Zeppelin, eles lançaram  o conhecido e muito aclamado "Houses of the Holy" (com "The Song Remains The Same", "The Rain Song" e "The Ocean"). O Pink Floyd vinha com nada menos que "The Dark Side of the Moon" (que traz "Time" e "Money"), uma das maiores obras-primas da música e, sem dúvidas, o melhor da banda. Paul McCartney com sua nova banda, The Wings, criou "Band on the Run", outro clássico do Rock e um dos grandes destaques de sua carreira. O Black Sabbath, que anteriormente lançara álbuns de menor expressão, chegava aqui com "Sabbath Bloody Sabbath" (contando com "Sabbath Bloody Sabbath" e "Sabbra Cadabra"), de extrema importância para o Metal. O Yes também retornava em grande estilo, com  "Cloer to the Edge". O Thin Lizzy, por fim, ganhava mais destaque com o seu novo álbum, "Vagabounds of the Western World", graças a popular "Whiskey in the Jar". Ao mesmo tempo, porém, o vocalista Ian Gillan saia do Deep Purple, por divergências internas. O que aconteceu depois? Fica para a próxima postagem.

Por hoje é "só", pessoal, e o resto fica para as próximas postagens (vai ter MUITA coisa ainda). Semana que vem eu volto, mas não na sexta, e sim na quinta, pois terei um compromisso inadiável no dia... Fiquem agora com algumas músicas citadas no texto:























PS: Não deu para sair na sexta de novo, então peço desculpas a todos mais uma vez... Mas semana que vem sai no dia, eu garanto!

Led Zeppelin em uma de suas históricas apresentações ao vivo.

sábado, 12 de março de 2011

Let There Be Rock - Episódio 4: 60s, Parte 3/3: We couldn't get much higher


Salve salve, nação rockeira do Bar Obi-Wan! Mais uma sexta-feira, e sexta-feira é dia de...? Não, não é de "dorgas" aqui (na verdade, por partes, é sim), e sim de novo episódio de Let There Be Rock! Como prometido, hoje retorno para escrever a terceira e última parte sobre a década de 1960, tão importante e definidora para o Rock N' Roll. E nessa segunda metade da década, especialmente, muita, mas MUITA coisa importante aconteceu, como criação de algumas das bandas mais conhecidas e influentes da história, bem como um festival que mudaria para sempre o cenário da época, e que foi muito polêmico e controverso.

A partir do ano de 1966, o uso de drogas pelo mundo todo teve um crescimento espantoso. Isso se deve ao movimento Hippie, que tinha ideais como "Paz e Amor" e era contra as guerras e qualquer outro tipo de conflito, e sendo a favor da idéia de que as pessoas deveriam desfrutar do mundo, curtir a natureza, os pequenos detalhes da vida e sempre estar com energias positivas. Para isso, usufruiam dos efeitos de maconha, LSD e outros alucinógenos para ficarem em transe e, assim, alcançarem esse nível. Como muitos dos membros desse movimento eram músicos, é claro que os efeitos começaram a surtir na sonoridade.

Nascia assim o Rock Psicodélico, com músicas bem "viajadas", muitas vezes longas, com letras muitas vezes sem sentido algum e que tentavam reproduzir o efeito de alucinação gerado pelo uso das drogas já citadas. Com isso, bandas históricas começaram a emplacar. Em 1967 surgia "The Doors" com um álbum homônimo, contendo "Break on Through (To The Other Side)", "The End" e, provavelmente um dos grande exemplos do piscodelismo, "Light My Fire". No mesmo ano, o mestre da guitarra Jimi Hendrix aparecia com "Are Experienced", tendo "Purple Haze", "The Wind Cries Mary", "Foxy Lady" e "Hey Joe". e com uma ótima mistura de Blues e Rock. Junto com eles, Janis Joplin fazia seu debut com a banda "Big Brother and the Holding Company", no disco de mesmo nome. E ainda temos Pink Floyd com seu primeiro lançamento, "The Piper at the Gates Down" (mas, sem dúvidas, a importância dos ingleses viria mais para frente). Não posso deixar de citar The Who, Rolling Stones, The Beatles e The Yardbirds, que, também embarcaram nessa experiência.

Ao mesmo tempo, acontecia o fortalecimento do que conhecemos por Pop Rock. Com músicasmais simples e sem temas complexos, visava atingir a maior parte da população, graças ao seu som mais acessível. Quem começou com isso foram os Beatles, mas outros artistas pegaram carona em seu sucesso. Entre eles, posso destacar Rod Stewart, Chicago, Elton John, Peter Frampton e os The Everly Brothers. Junto com isso, também ocorreu o crescimento do Blues-Rock, que, como o próprio nome diz, misturava os elementos do Blues com os do Rock N' Roll, tendo bastante feeling com uma pegada mais rápida. Esse gênero tem como sues maiores representantes nomes de peso como Eric Clapton, Jeff Beck e Jimmy Page, que continuariam com sucesso durante as décadas seguintes e até hoje.

E durante essa mesma época surgiam as bandas que, mais tarde, seriam conhecidas como pioneiras do Hard Rock e do Heavy Metal. A expressão "Heavy Metal" foi usada pela primeira vez na canção "Born to be Wild" do Steppenwolf, com um som bem enérgico e, digamos, "alegre". Em 1969, surgia nada menos que o Led Zeppelin na cena, com lançamento de "Led Zeppelin I", que era certamente diferente de tudo que já havia sido feito antes. Mais ou menos durante o mesmo período, o Deep Purple vinha se destacando e ganhando fama mundo afora, ainda sem o vocalista Ian Gillan. E, junto a isso, Ozzzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward começavam o Earth, que mais tarde se chamaria Black Sabbath. Assim, eram dados os primeiros passos para duas vertentes de extremo sucesso durante as décadas de 1970 e 1980.

Para fechar esse período, nada melhor que um grande marco. No ano de 1969 aconteceu o Festival de Woodstock, nos Estados Unidos, e que é um dos mais conhecidos momentos do movimento Hippie durante a história. Ele ocorreu durante os dias 15, 16 e 17 de agosto de forma direta, sobre o slogan "3 Days of Peace and Music" ("3 dias de paz e música"), onde rolou uso de drogas o tempo todo, ocorreu sexo o tempo todo e teve Rock N' Roll o tempo todo (e esse é porque de "Sexo, Drogas e Rock N' Roll"), com a presença de diversos nomes importantes como Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Santana, Janis Joplin, The Who e Jimi Hendrix. Mas muita polêmica envolveu o festival, justamente pelo uso de drogas e pela "juventude delinquente" que participou dele, o que gerou diversos protestos e acabou dando motivos para ações de alguns grupos conservadores, os quais mais tarde tomariam atitudes ridículas contra certas bandas. 

Assim, encerro o quarto episódio de Let There Be Rock e concluo as 3 postagens sobre a década de 1960. Semana que vem estarei de volta, agora falando sobre os anos 70, que eu ainda não sei em quantas partes serão divididos, mas que decidirem ao longo da semana. Fiquem agora com algumas das canções da época:









PS: o Bar Obi-Wan é totalmente contra as drogas e seu uso. O que foi falado aqui só ocorreu para explicar um fato.

PS²: tentei fazer a postagem até as 23h59min da sexta, mas acabou não ocorrendo. Peço desculpa aos leitores por causa disso.

Woodstock e seu imenso público... Olha o tamanho disso, cara!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Let There Be Rock - Episódio 3: 60s, Parte 2/3: Beatlemania


Hello Hello, amigos do Bar Obi-Wan! Estou de volta hoje para o mais novo episódio de "Let There Be Rock", dando continuidade às minhas postagens anteriores. Mas antes gostaria de me desculpar pela minha ausência total nas atividades do blog durante essa semana. Estive bem ocupado e sobrou-me pouco tempo para postar aqui, o que acabou dando um resultado nulo. Felizmente, o feriado finalmente chegou, e terei 5 dias livres para compensar o atraso. E como é Carnaval, onde o Samba predomina no país inteiro (já é assim normalmente, mas nessa época piora), nada melhor que começar com um Rock de qualidade.

E que qualidade: no post de hoje falarei sobre nada mais nada menos que os Beatles! Quem nunca ouviu falar nessa famosa banda sequer uma vez em sua vida inteira é porque passou os últimos 50 anos em coma ou isolado da sociedade. A importância do quarteto para a História do Rock é inegável, já que a cena musical mudou de forma radical após o surgimento deles, sendo que influenciam até hoje uma verdadeira legião de artistas e fãs dos mais diversos gêneros musicais, até mesmo os mais distintos do Rock N' Roll. O sucesso que fizeram na época foi algo fora do comum, mesmo para os padrões de hoje. Para quem conhece pouco sobre os garotos de Liverpool, esta aqui é uma boa oportunidade para saber mais sobre suas trajetórias e suas tão famosas canções.

Como já citei lá na primeira postagem, o jovem John Lennon montou, junto com alguns amigos seus da escola, uma banda chamada The Quarrymen. Esses amigos eram Paul McCartney, George Harrison e Pete Best, que depois de um tempo saiu da banda, dando lugar a Ringo Starr. A mundança de nome para The Beatles só veio em 1960, fazendo então um trocadilho com a palavra "beat", que significa ritmo ou batida, e "beetle", que é besouro em inglês. Com isso, seguiram tocando em pequenos bares da região de Merseyside e tentando um contrato com alguma gravadora. E isso só aconteceu em 1962, quando conseguiram um contrato com o selo "Parlophone", pertence a gravadora EMI.

O debut deles só foi acontecer em 1963, com o disco "Please Please Me", que contém clássicos como "Twist and Shout", "I Saw Her Standing There", "Boys", "Do You Want to Know a Secret" e a homônima "Please Please Me". O sucesso dentro da Inglaterra foi absoluto, graças a sonoridade simples e contagiante das canções. Não foi a toa que lançaram, no mesmo ano, seu segundo disco, "With The Beatles", com "It Won't Be Long", "I Wanna Be Your Man" e os covers "Please Mister Postman", "Roll Over Beethoven", "You Really Got a Hold on Me", "Devil in Her Heart" e "Money (That's What I Want)". Com isso, ganharam ainda mais fama e passaram a se destacar em outras partes do mundo também.

Em 1964, veio a consagração mundial: o lançamento do filme e do álbum "A Hard's Day Night" (conhecido aqui no Brasil como "Os Reis do Iê-Iê-Iê"), que conta com as clássicas "Can't Buy Me Love" e a faixa-título "A Hard's Day Night". Ainda nesse ano, lançaram o single "I Want to Hold Your Hand", apareceram no Ed Sullivan's Show (velho programa de TV exibido no horário nobre inglês) e lançaram outro LP, "Beatles for Sale", de onde pertencem músicas como "Baby's in Black", "Eight Days a Week", "Rock N' Roll Music" e "Mr. Moonlight". A partir daí, o fenômeno estourou pelo mundo inteiro, e assim começou a "Beatlemania", onde as pessoas tinham cortes de cabelo como os dos Beatles, se vestiam como eles, montaram bandas para tentar imitá-los/homenageá-los, e claro, os acompanhavam da melhor forma possível para a época. Onde quer que você fosse, os Beatles estavam em destaque, suas músicas estavam nas paradas, e seus discos estavam entre os mais vendidos.

Em 1965, lançaram o filme e o disco "Help!", que trouxe as famosas "Help!", "Ticket to Ride", "Yesterday" e "Dizzy Miss Lizzy". Nesse mesmo tempo, porém, o quarteto, não conseguindo lidar com tamanho sucesso e fama, entrou no mundo das drogas, sendo que o próprio Ringo confessou que todos atuaram sobre o efeito de maconha em algumas cenas. Como reflexo, isso começou a afetar a sonoridade do grupo. Meses mais tarde, ocorreu o lançamento de "Rubber Soul", que trazia músicas bem diferentes das gravadas até então, com o uso experimental de alguns instrumentos mais exóticos, como violão indiano de 12 cordas e maracas. Entre elas, temos "Drive My Car", "Nowhere Man", "If I Needed Someone", "I'm Looking Through You", "Michelle" e "In My Life". Mesmo assim, foi tudo extremamente bem aceito por público e crítica, sendo que alguns consideram este como o melhor dos Beatles.

Em 1966, começaram a realizar o uso de drogas mais pesadas e alucinógenas, como o LSD, e de uma forma bem mais frequente que antes. A prova disso está no lançamento do ano, o excelente mas controverso "Revolver", que trouxe o Fab Four mais experimental do que nunca, combinando alguns sons inimagináveis a sua música. Entre as canções, "Taxman", "Eleanor Rigby", "I'm Only Sleeping", "Yellow Submarine", "And Your Bird Can Sing" e "Tomorrow Never Knows" foram as que mais se destacaram na época. Apesar do ótimo resultado, a popularidade deles caiu, já que a mudança no estilo não agradou a alguns fãs. Mesmo assim, a febre continuava pelo globo todo.

Em 1967, saiu o filme e o LP "Magical Mystery Tour", que foi um fiasco de bilheteria, mas continha ótimas músicas como "All You Need Is Love", "I Am The Walrus", "Magical Mystery Tour" e "Hello, Goodbye". Aí sim eles tiveram uma boa baixa de popularidade, mas conseguiram recuperá-la rapidamente. Ainda em 67 lançaram o hit esmagador "Hey Jude", que reconquistou a todos com sua belíssima sonoridade e seus 7 minutos de duração, e o fantástico disco "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band", com um som totalmente psicodélico, porém mais acessível, e que tem em seu repertório "Lucy in the Sky with Diamonds" (nome alusivo ao LSD, bem como ritmo), "Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band", "With a Little Help From My Friends", "Getting Better", "Good Morning Good Morning" e "Within You Without You". Conhecido por suas referências e possíveis mensagens, gerou muita polêmica na época, mas também conquistou ainda mais pessoas por todos os cantos possíveis.

Em 1968, a relação entre os membros começou a mudar bastante, sendo que eles brigaram diversas vezes durante a composição do novo álbum, seja pela influência de Yoko Ono em John Lennon, seja por sugestões de Linda McCartney ou seja até mesmo por simples divergências de idéias. De qualquer forma, "The Beatles (White Album)" foi lançado em novembro daquele ano, com um som bem mais sólido que nos anteriores, gerando músicas como "Back in the U.S.S.R.", "Ob-La-Di Ob-La-Da", "Dear Prudence", "While My Guitar Gently Weeps", "Blackbird", "Birthday", "Yer Blues", "Helter Skelter" e "Good Night". Sem dúvidas mais uma obra-prima, aclamada por público e crítica. E ainda nessa época lançaram o famoso single "Revolution", que alguns dizem ser, junto a "Helter Skelter", uma das origens do Metal.

Em 1969, o lançamento do filme "Yellow Submarine", junto com o disco, não teve uma boa repercussão, mesmo contando com "Hey Bulldog", "Yellow Submarine" e "All You Need is Love" na trilha sonora. Mas isso era reflexo de como estava a relação entre o quarteto, que brigava cada vez mais e indicava que o fim estava próximo. De qualquer forma, gravaram a maior parte do álbum "Let It Be", lançado no ano seguinte, e ainda fizeram o seu último disco juntos, a obra-prima "Abbey Road", bem sólida, psicodélica e "Rock N' Roll", com clássicos como "Come Togheter", "Here Comes The Sun", "Something", "Octopus's Garden", "I Want You (She's So Heavy)" e "The End", marcando o fim do play e da banda. O sucesso foi esmagador, e todos o aprovaram. Sua capa é um das mais conhecidas da história, sendo que já teve diversas referências em programas de TV, filmes e fotos.

Em 1970, "Let It Be" é lançado, com um estilo diferente do que vinha sendo apresentado, contando até mesmo com elementos de "Southern Rock", que nem era muito popular na época. Apesar de não ter a agradado a todos, este é um disco injustiçado, pois conta com ótimas músicas como "Let It Be", "Get Back", "I Me Mine" e "Dig a Pony", mas ficou meio apagado ao lado dos 3 últimos laçamentos do Fab Four. Nesse mesmo ano, é anunciado que os Beatles chegaram ao fim. "O sonho acabou", segundo John Lennon. Então, cada Beatle seguiu sua própria carreira solo, mas isso ficará para depois...

Então é isso, guys and girls. Juro que tentei fazer o texto ficar pequeno, mas não consegui, pois são muitos detalhes importantes envolvendo cada lançamento. De qualquer forma, fica aí a história da banda que mudou o mundo para vocês. Semana que vem eu volto, falando sobre a segunda metade da década de 1960. Fiquem agora com algumas músicas dos Beatles:










YAY!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Let There Be Rock - Episódio 2: 60s, Parte 1/3: I hope I die before I get old


Fala aí, leitores do Bar Obi-Wan! Como prometi na semana passada, voltei para escrever este novo episódio de "Let There Be Rock" (se você não leu o último, clique aqui). Hoje começarei a falar sobre a década de 1960 e sua importância absoluta para a concretização e popularização do Rock pelo mundo. Esta época será dividida em 3 postagens: 1960-1965, Beatlemania e 1966-1969. Darei um foco especial nos Beatles porque acredito que a melhor banda de todos os tempos (na minha opinião, claro) merece um destaque maior por ser, até hoje, uma das maiores influências dos bons artistas.

Voltando ao que é importante, neste segundo episódio, como é de se esperar, falarei sobre a primeira metade da década de 1960. Como citei semana passada, o Rock já era um gênero bem conhecido pelo mundo no final dos anos 50, mas ainda assim não era o mais popular. De qualquer forma, vinha se espalhando pelo público jovem, que gostava do ritmo mais agitado e  "requebrado" de algumas estrelas, como Elvis Presley. Alguns começaram a formar suas próprias bandas e experimentar novos ritmos. E isso foi muito importante para criar as primeiras vertentes do estilo. 

Logo no próprio ano de 1960, temos o surgimento do Surf Music, que, como sugerido pelo próprio nome, foi adotado pelos surfistas daquela época, que também estavam em acensão. A popularização só foi realmente acontecer em 1961, com o primeiro lançamento de Dick Dale (sim, aquele mesmo que toca a famosíssima "Misirlou") e sua banda de apoio, os "Del-Tones". No início, era apenas instrumental, com destaque para as rápidas linhas de guitarra, mas depois os vocais foram incorporados. Algum tempo depois, outras bandas de sucesso surgiram, como The Trashmen, conhecidos unicamente por sua música "Surfin' Bird", e The Beach Boys, que fizeram um tremendo sucesso com seu "Surf Rock experimental", envolvendo teclados e etc.

Lá para 1962, o Rock Britânico, antes só um "esboço" (com bandas sendo formadas e menos sucesso), começa a ganhar a cena. E tudo graças aos Beatles, que começaram a fazer um sucesso estrondoso pelo mundo todo e acabaram gerando a "Beatlemania". Mas, deixarei essas partes para semana que vem. O importante de citar agora é que, a partir disso, muitas outras bandas começaram a aparecer, e todas influenciadas pelo quarteto de Liverpool.

Exemplos clássicos disso são os Rolling Stones e o The Who. Todos sabem que eles foram uma das diversas tentativas de copiar os Beatles durante a década de 1960, mas acabaram criando seus próprios estilos e embalando de maneiras diferentes. Os Stones fizeram muito sucesso com canções como Satisfaction (I Can't Get No) e Paint It Black, músicas que já eram bem diferentes do que as compostas pelo Fab Four, e depois passaram a fazer um Rock mais experimental e, em certas épocas, mais Pop também. Já o Who fazia, desde o início, músicas mais agitadas, "barulhentas" e que realizavam críticas. Começaram emplacando com hits como "My Generation" e "I' Can't Explain", e depois melhoraram musicalmente, com "I Can See for Miles",  "Won't Get Fooled Again", o excelente álbum "Tommy", "Behind Blue Eyes" e outras.

Em 1963, surgiu, no cenário estadunidense, ninguém menos que Bob Dylan com seu Folk Rock. Dylan ficou famoso por suas músicas de protesto contra o governo e as guerras, bem como suas belas e poéticas letras compostas pelo mesmo. "The Times They Are-a-Changin'", "Blowin' in the Wind", "All Along the Watchtower" e outras fizeram grande sucesso na época e ainda inspiram muita gente. Junto com ele, vieram alguns outros bons nomes e que fizeram um certo sucesso, como "The Mamas and The Papas". Mais ou menos nesse mesmo tempo, as drogas psicodélicas como o LSD começaram a ser usadas pelos músicos e também pelo seu público. Apesar de fazerem mal, elas acabaram sendo bem importantes para o que veio nos anos seguintes. Mas isso fica para as próximas postagens...

E aqui encerro o Episódio 2 de "Let There Be Rock". Na semana que vem, como já disse, o tema será os Beatles e a Beatlemania. Resolvi colocá-lo entre as duas partes dos anos 60 justamente por terem feito sucesso em ambos os períodos. E na outra semana, concluirei sobre esta época tão importante para a história do Rock N' Roll. Para terminar, fiquem com algumas músicas e artistas citados no texto:



 



E é isso que se faz quando sua namorada termina com você.