quinta-feira, 18 de novembro de 2010

CRÍTICA: Star Wars: The Force Unleashed II [X360]


Quando, em 2008, Star Wars: The Force Unleashed chegou as lojas de todo o mundo, os fãs da saga mais celebrada de todos os tempos piraram. E a crítica especializada também não deixou por menos, dando boas notas e vários elogios ao game. Mas também não é para a menos: com sua ótima história e jogabilidade, TFU consegue prender qualquer um por diversas horas na frente da tela. Mesmo com alguns defeitos, como bugs e alguns poucos problemas na jogabilidade e nos gráficos, era, sem dúvidas, um dos melhores "Star Wars" já feitos para qualquer console.

No fim do ano passado, porém, mais cabeças explodiram durante o Video Games Awards '09, onde foi anunciado que o best-seller ganharia uma sequência, batizada simplesmente como "Star Wars: The Force Unleashed II". A partir daí, muita expectativa foi criada para o jogo, ainda mais após anúncios como a aparição de Yoda e de Boba Fett durante a história, ou pelos belíssimos gráficos demonstrados em vídeos, ou simplesmente por toda a grandiosidade do primeiro título. Hoje, com TFU2 já lançado, vemos que as coisas estão longe disso, e ele não é lá essas maravilhas, como todos pensávamos.

The Force Unleashed II talvez seja o que chamamos de decepção. Apesar de ter aspectos positivos (como os gráficos, a dublagem, as músicas e os extras, que serão comentados em breve), o jogo tem uma história muito curta e que provavelmente foi criada apenas para dar alguma sequência ao que vimos no anterior. E é uma sequência um tanto quanto furada: com algumas falhas e eventos mal explicados, você acaba se vendo perdido e confuso, ainda mais na hora que acaba, já que tudo parece tão rápido que seria melhor se tivessem adaptado tudo isso em um filme/animação e lançado de alguma forma. O fator replay também é praticamente nulo, já que, após finalizar o game uma vez, todas as fases são desbloqueadas e podem ser selecionadas a qualquer hora. Ou seja: acaba com a graça de jogar tudo novamente para conseguir os extras restantes ou ainda pior: para assistir o final alternativo dessa bagaça. Sem falar das aparições, que realmente são SÓ aparições muito breves e nada mais.

Graficamente falando, não tenho nada a reclamar. Muito pelo contrário: aqui são só elogios. O título está simplesmente lindo, com fantásticos cenários, efeitos de chuva ou explosões totalmente reais, inimigos colossais e detalhados e ótimas cenas no espaço. Os personagens também estão muito bem feitos, se assemelhando muito mais a pessoas de verdade do que a bonecos virtuais, além de que estão com texturas muito melhores para a pele e as roupas, algo em que TFU certamente pecou. Infelizmente, tudo não passa de uma (ótima) maquiagem para impressionar os fãs e tentar disfarçar os problemas aqui encontrados.

A jogabilidade flue muito bem, como no jogo anterior, e é muito bom ter controles amplos da Força de forma brutal novamente, sendo que, ao decorrer da trama, novas habilidades são desbloqueadas e novos upgrades podem ser comprados. Porém, ela se torna enjoativa conforme se joga e se resume apenas a bater, correr/andar e enfrentar algum chefão. A movimentação de tudo e todos está bacana, mas não apresenta muitas variações. Os quebra-cabeças são pouquíssimos e, quando aparecem, ou duram apenas alguns instantes ou são repetidos exaustivamente durante certas fases, até que se tornam manjados o suficiente para começarem a encher o saco (e olha que o jogo é curto). Ah, e senti falta de uma coisa: o Force Choke (enforcamento de inimigos pela Força), que, sabe-se lá o porquê, foi retirado não deu lugar a nenhuma outra skill.

Taí um exemplo de evento que se repete muito ao longo de The Force Unleashed II.

Os efeitos sonoros são extremamente realistas (claro, já que TFU2 conta com a qualidade de som THX, usada nos melhores cinemas e Home Theaters do mundo), com diversas explosões, vidros quebrando, tiros e, é claro, o típico barulho do sabre de luz e a clássica respiração de Vader, elementos que não poderiam faltar. A dublagem é muito bem feita, e as vozes estão perfeitamente sincronizadas com os movimentos labiais dos personagens, além de demonstraram muitas emoções (um ponto que pode ser considerado como chave aqui). A música é o que sempre se espera de qualquer coisa relacionada a Star Wars, mas ela se torna repetitiva em certos pontos.

Não posso deixar de assumir que me diverti em The Force Unleashed II, mesmo que por um curto período de tempo. Como já disse, é ótimo controlar o jedi/sith Starkiller e seus poderes novamente, usando o lightsaber e combinando com os Force Powers para conseguir criar combos absurdos. Uma adição interessante foi a Rage Bar, que ativa uma espécie de "especial" que dá habilidades ainda mais absurdas ao personagem principal. Existem ainda extras para serem destravados, como cristais alternativos para seu sabre, trajes bônus (um deles fazendo referência a Monkey Island, também da LucasArts), vídeos e artworks; além de um Challenge Mode que te dá mais itens especiais. Mas tudo pode ser facilmente desbloqueado, pois o game é, para piorar, bem fácil, tornando todas estas conquistas muito simples de serem obtidas. 

Apesar de ter qualidade, Star Wars: The Force Unleashed II com certeza é a decepção do ano. Sua breve e mal-desenvolvida história e seu desempenho abaixo do esperado deixaram vários fãs tristes (inclusive eu), ainda mais após toda a expectativa gerada em torno do título e pelo "legado" vindo do anterior. Sem dúvidas, é uma ótima pedida alugá-lo para jogar durante aquele fim de semana chato ou chuvoso. Mas não gastaria grana nele se soubesse que era assim.

Gráficos: 9,0
Jogabilidade: 7,5
Som: 8,5
Desafio: 4,5
Diversão: 7,0

NOTA: 7,0

Trailer:

Yoda diz: "E que The Force Unleashed III muito melhor e maior venha."

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