sábado, 20 de novembro de 2010

CRÍTICA: Scott Pilgrim vs. The World [2010]

 
 Vocês já ouviram falar de Scott Pilgrim? Não? Pois é, eu também não conhecia até algum tempo atrás (no caso, agosto deste ano), quando eu, finalmente, resolvi me aventurar nesse mundo, lendo "Scott Pilgrim's Precious Little Life", primeiro livro da série de HQs (gigantes, com mais de 200 páginas cada volume). E, cara, aquilo era fantástico! Ótima história, com muito humor, referências a games e música e quadrinhos, belos e caricatos desenhos e ainda uma grande incógnita por trás da jovem Ramona Flowers. Virei fã instantaneamente, e terminei de ler todos os outros cinco volumes restantes, amando cada vez mais o que estava vendo e me tornando extremamente viciado, de forma que senti um certo "vazio" ao terminar a sexta e última edição.

Para a minha alegria, a adaptação dos seis Scott Pilgrim para o cinema já havia estreado quando encerrei minha leitura, mas só nos Estados Unidos. Tive que esperar um bom tempo para conseguir assistir o filme, que estreou no "Brasil" (leia-se cidades de São Paulo e Rio de Janeiro) há algumas semanas, em boa qualidade. Minha espera foi recompensada, e fiquei muito feliz com o resultado. Porém, certas coisas não me agradaram muito e, apesar de não serem tão importantes, certamente me incomodaram, tendo como ponto de vista os livros (vocês entenderão já, já).

Batizado de Scott Pilgrim vs. The World (título do segundo volume da série), vemos aqui a mesma história básica da HQ: Scott Pilgrim é um cara de 23 anos que vive muito bem em sua preciosa vidinha, tocando na banda Sex Bob-Omb (referência a aquelas bombinhas dos jogos do Mario), dividindo um quarto e a cama com seu colega gay Wallace Wells e namorando uma chinesa de 17 anos chamada Knives Chau. As coisas começam a mudar quando uma garota começa a aparecer em seus sonhos e ele se vê fascinado por ela, até que a encontra. Parece uma m%#$@, não? Mas é aí que todos se enganam: a partir daí começa a diversão. O nome desta misteriosa garota é Ramona Flowers, e Scott se apaixona por ela, de forma que eles começam um namoro. Mas, para ficar coma "dama", o protagonista terá que derrotar seus 7 ex-namorados do mal, que irão com tudo para cima dele. E então as referências aos games aparecem: cada ex-namorado derrotado deixa moedas (outra referência a Mario Bros), muitos elemtenos dos jogos de luta aparecem durante os confrontos (como o clássico grito de "KO!"), entre muitas outras coisas. E quase tudo foi muito bem adaptado, ou pelo menos ficou de uma forma que os especatdores conseguissem entender. Ou seja: a adaptação ficou divertida do mesmo modo que ao que foi adaptado.

Mas é justamente sobre a mesma história adaptada que vem minhas frustrações. Apesar de tudo ter ficado muito legal, cortaram muitas, mas MUITAS sequências do enredo original. Mesmo elas não tendo muita importância para o resultado final (com exceção das referências ao passado de Pilgrim e algumas partes do fim, que poderiam ter sido mostradas ainda que de forma resumida), eram cenas totalmente engraçadas e que, caramba, me fizeram sentir uma baita falta delas na película. Além disso, tudo o que veio após os 40 minutos iniciais (que foram exclusivos só para o primeiro volume) meu pareceu um pouco rápido demais, justamente por conta destes cortes. Porém, consigo me conformar com isso: sendo uma adaptação, é óbvio que ela não conseguiria ficar 100% fiél as HQs (que, como já disse, são imensas), e conseguiu ser ótima mesmo assim.

Beeeeeeeeeeem gamer.

Os atores escolhidos certamente são as personificações dos personagens (LOL) da série na vida real. Sério: não consigo imaginar escolhas melhores para eles do que os que foram selecionados. Os rostos, o figurino, o comportamento, diversas falas... Tudo está PERFEITO, de uma forma que não da pra botar defeito nem procurando muito. Sem falar nas ótimas e sólidas atuações, que só melhoraram ainda mais e trouxeram muita vida para a tela. Destaques para todos, já que, como disse, estão fantásticos aqui e realmente pegaram o espírito da coisa, mesmo sendo atores jovem e menos conhecidos. Realmente, a produção caprichou aqui. 

A trilha sonora é certamente algo que tem qualidade. Muitos bons nomes estão presentes aqui, como T. Rex, Rolling Stones, Broken Social Scene e Beck, que compôs e tocou todas as músicas da banda fictícia Sex Bob-Omb. As canções fazem uma sincronia perfeita com os momentos em que aparecem no filme, o que dá um ar de graciosidade e só melhora a experiência. E ainda por cima são todas bacanas e legais de se ouvir. Quanto aos sons, mais um acerto da produção: diversos dos barulhos presentes antes somente em jogos eletrônicos aparecem aqui em diversas partes (como o já citado grito de "KO" e alguns outros vindos de games 8-bits), tornando Scott Pilgrim algo extremamente único.

Somado aos sons, temos os efeitos especiais, e, novamente, temos destaques nesta área. Muito do que é visto aqui é simplesmente genial, com "O" toque acertadinho para transmitir boa parte do que está nas HQs para a tela. Coisas como a "Pee Bar" (já viu, né?), "Hit Count", as espadas "Power of Love" e "Power of Self-Respect", os "animais" criados em um dos confrontos (não direi qual nem contra quem para não dar spoilers) e até mesmo a as onomatopéias de quando ocorrem socos e chutes (algo bem baseado na antiga e célebre série do Batman, dos anos 50/60) esfregam em nossa cara que o que foi feito aqui realmente foi para inovar a indústria cinematográfica e uní-la a um dos maiores vícios do mundo na atualidade.

Eu só peço uma coisa a vocês, leitores: se vocês forem assistir isto aqui, não assistam pensando nas edições em quadrinhos, pois vocês se sentirão um pouco decepcionados pela falta de muitas sequências extraordinárias presentes nelas. Novamente os livros vencem os filmes, mas Scott Pilgrim vs. The World não é nem um pouco ruim. Toda a essência da história original está presente aqui, somada aos efeitos gráficos e sonoros, a excelente atuação de todos e a muito boa trilha sonora. É um filmaço que merece ser conferido, onde muitos se divertirão e, quem sabe, até mesmo refletirão um pouco sobre certas coisas. Sem dúvidas um dos melhores do ano, mesmo que não tenha feito muito sucesso e nem tenha tido a merecida divulgação.

NOTA: 9,5

ELENCO:
  • Scott Pilgrim / Michael Cera
  • Ramona Flowers / Mary Elizabeth Winstead
  • Knives Chau / Ellen Wong
  • Wallace Wells / Kieran Culkin
  • Stephen Stills / Mark Webber
  • Kim Pine / Alison Pill
  • Envy Adams / Brie Larson
  • Young Neil / Johnny Simmons
  • Julie Powers / Aubrey Plaza
  • Stacey Pilgrim / Anna Kendrick
  • Todd Ingram / Brandon Routh
  • Matthew Patel / Satya Bhabha
  • Lucas Lee / Chris Evans
  • Gideon Graves / Jason Schwartzman 
TRAILER (vejam e entendam o que eu escrevi aqui):



BÔNUS! (uma parte do passado de Scott, contém SPOILERS):



Só pelo topo das cabeças já deu pra ver o quão parecido os atores estão, não?

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