"Seven deadly sins, seven ways to win, seven holy path to hell, and your trip begins...". São com estas exatas palavras que o CD "Seventh Son of a Seventh Son" é iniciado. Este disco de 1988, que também é o sétimo de estúdio lançado pelo Iron Maiden, é considerado por muitos fãs a obra prima definitiva da banda. E direi o porquê: tudo encontrado nele é fantástico. Desde as músicas até a belíssima arte do álbum, o Maiden esteve mais inspirado do que nunca nessa época, considerada os "Golden Years" do grupo de metal inglês, que, para muitos (isso me inclui), começou com o lançamento de "Powerslave" em 1984 e se estendeu até a saída do guitarrista Adrian Smith em 1989.
Voltando ao disco, uma de suas características que mais se destaca é, sem dúvidas, a história nele encontrada. Sim, o Seventh Son é conceitual, e é um dos mais conhecidos nesse meio. Ele nos conta a história do 7º filho do 7º filho, que, segundo diversas lendas européias, é a pessoa que, desde nascida, tem poderes sagrados que, dependendo de como são conduzidos, podem salvar toda a humanidade ou levá-la a desgraça total (obs: existem variantes deste conto em algumas regiões da Europa e até mesmo aqui no Brasil, que dizem que ele pode virar um lobisomem ou um vampiro). Logo em seus primeiros instantes de vida, a criança "abençoada" já é perseguida por Lúcifer, o anjo caído, que quer sua morte para que o mal continue a existir na Terra. Como não consegue alcançar seu objetivo, ele lança uma maldição sobre o recém-nascido, que vive, a partir de então, de forma bem conturbada, com sonhos onde prevê o futuro, poderes difíceis de controlar e até mesmo acusações de loucura. A trama se desenrola de forma fantástica através das letras das canções e de seus ritmos, que acompanham os momentos da vida do homem, de modo que transmitem emoções como raiva, indignação e calmaria.
As músicas, aliás, são ótimas, com uma sonoridade fantástica, um estilo alternando entre o Heavy e o Progressive Metal, muitos solos de guitarra extremamente bem feitos, vocais com todo o potencial de Bruce Dickinson (que estava no auge de sua carreira) e letras geniais, como anteriormente já citado. Uma curiosidade sobre elas é que foram compostas de forma separada por Dickinson e Steve Harris, que não tinham intenção alguma em criar um álbum conceitual e, quando viram, descobriram que elas se encaixavam de forma perfeita e formavam uma história. Foram mais duas composições de Adrian Smith e alguns toques dos outros membros e voilà, estava pronto. Os grandes destaques vão para as minhas favoritas "Seventh Son of a Seventh Son", "The Evil That Men Do", "Moonchild", "Infinite Dreams" e "Can I Play With Madness". Claro, sem desmerecer as outras, com exceção de "The Clairvoyant", que considero o ponto fraco do play, por ser uma música pouco inspirada, enjoativa e sem empolgação alguma, mesmo contendo uma parte importante para o desenvolvimento da trama.
Como já disse no primeiro parágrafo desse texto, o Iron Maiden estava inspiradíssimo em Seventh Son of a Seventh Son, tanto como compositores (também já comentado aqui) quanto instrumentistas. Bruce Dickinson, o vocalista e frontman do atual sexteto, deixa aqui um de seus melhores registros gravados em estúdio, elevando seu potencial ao máximo e cantando da forma ideal para o disco. A dupla de guitarristas Adrian Smith e Dave Murray nunca esteve tão entrosada quanto aqui, com solos rápidos e sincronizados, e bases e riffs muito bem feitos. Steve Harris se mostra mais técnico do que anteriormente, mesmo que ainda de algumas de suas características "cavalgadas" em suas linhas de baixo. Nicko McBrain, mais uma vez, se mostra um monstro na bateria, ditando o ritmo das músicas e se apresentando de forma muito boa em diversos momentos. Para mim, quem tem a melhor performance aqui é o Adrian, que, após detonar no CD anterior, "Somewhere in Time", volta com uma de suas melhores performances em estúdio e, de quebra, ainda compôs duas das minhas músicas prediletas e teve grande participação em outras.
A produção do álbum não fica devendo em nada, nada mesmo. Ele é bem mixado, com todos os efeitos onde deveriam estar e sem variações de volume entre as canções ou até mesmo os instrumentos. E ainda tem a artwork, feita pelo mestre Derek Riggs (que também fez as capas dos lançamentos anteriores do Iron), que, apesar de não ser tão desenvolvida e cheia de referências quanto a de Somewhere in Time, é muito bonita, detalhada e também se refere a algumas coisas, desta vez aos outros Eddies dos outros CDs do grupo. O encarte interno também é muito bacana, especialmente para os fãs, por conter diversos desenhos e fotos do Maiden durante a turnê de promoção do 7th Son, a "Seventh Tour of a Seventh Tour".
Com o lançamento do seu disco que chegou o mais próximo da perfeição, o Iron Maiden se elevou a outro patamar com Seventh Son of a Seventh Son. Sua história fantástica, suas músicas memoráveis, as excelentes performances dos músicos e até mesmo as apresentações ao vivo (uma delas registrada no ao vivo "Maiden England) ficarão para sempre na história do Rock. Este disco é um verdadeiro clássico, que merece ser ouvido várias vezes, ter as letras interpretadas e até mesmo um estudo mais amplo sobre o assunto... "Seven downward slopes, seven blodied hopes, seven are the burning fires, seven your desires...". E com estas mesmas palavras o CD "Seventh Son of a Seventh Son" se finaliza.
NOTA: 9,5
Tracklist:
01. Moonchild
02. Infinite Dreams
03. Can I Play With Madness
04. The Evil That Men Do
05. Seventh Sonf of a Seventh Son
06. The Prophecy
07. The Clairvoyant
08. Only The Good Die Young
Line-up:
Bruce Dickinson (vocal)
Steve Harris (baixo)
Adrian Smith (guitarra)
Dave Murray (guitarra)
Nicko McBrain (bateria)
Singles:
Capa do single "Can I Play With Madness". Faz jus ao nome da música, não?
CARA!
ResponderExcluirAmo esse cd *---*
Melhor do Iron e um dos poucos originais que eu tenho da banda xD
Altamente recomendado \o
(Obs: ficou bom o review)
É, e quem será que te deu o CD, né? :P
ResponderExcluirGente do céu...eu amo esse CD...legal o Blog
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