quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CRÍTICA: Avenged Sevenfold - Nightmare [2010]


No final do ano passado (dia 28 de dezembro), um fato inesperado afetou os membros da banda Avenged Sevenfold e marcou a história do grupo de forma trágica: a morte do baterista The Rev, aos 28 anos. Todos ficaram muito abalados com a notícia (inclusive os fãs), pois ele tinha um presente e um futuro brilhantes como músico. O então quarteto decidiu homenagear seu falecido amigo de alguma forma, e nada melhor do que com uma de suas paixões: a música. Para isso, chamaram ninguém menos que Mike Portnoy, a lenda das baquetas ex-Dream Theater, para assumir o posto agora vago e então iniciar as gravações em estúdio. Eis que surge Nightmare, o 5º álbum do A7X lançado em 27 de julho deste ano, e que é, aliás, uma tremenda homenagem, contando com muita qualidade.

O Avenged desempenha muito bem seu papel em cada uma das canções. M. Shadows extremamente sólido nos vocais, mostrando boas variações de tom e timbre; Synyster Gates destruidor na guitarra, fazendo belos solos, utilizando sua característica distorção e realizando uma boa parceria com Zacky Vengeance, ambos criando bases pesadas e criativas paras as composições; Johnny Christ muito bem no baixo e cumprindo seu papel da maneira certa, apesar do instrumento não poder ser muito ouvido em muitas partes do disco; e Mike Portnoy, com sempre, arregaçando na batera, com toda sua técnica e agressividade. Ainda há a participação do falecido Rev em certas faixas que já haviam sido gravadas antes de sua morte, sem falar que muitas delas já tinham sido compostas pelo próprio antes de sua prematura partida.

O álbum foi muito bem mixado, não tendo erros ou qualquer tipo de brecha sonora. Podemos observar uma variedade muito grande de instrumentos sendo usados além dos comuns, como piano, violão e trompete. A produção está, sem dúvidas, impecável, com diversos efeitos perfeitamente colocados e distorções bem desenvolvidas. E ainda tem a qualidade técnica dos músicos (já comentada no parágrafo anterior), que só traz "alegria" (porque tem muitas outras emoções envolvidas no disco) ao ouvinte. Em suma: tá do jeitinho que todo mundo esperava.

Quanto as músicas, todas muito boas. Boas pauleiras são encontradas aqui, juntas com belíssimas baladas com muito feeling. Boa parte das letras mostra como a banda se sentiu a morte de The Rev, e o tamanho da falta que ele faz para o grupo. A faixa-título, por exemplo, fala sobre como ele não deveria ter partido, e que Deus deveria saber que seu lugar era aqui. Mesmo assim, não afetam nem um pouco o CD, muito pelo contrário: só nos dizem que a banda realmente fez esta homenagem do fundo de seus corações, e com o máximo de qualidade possível. E quanto as outras letras, elas seguem a temática crítica que o Avenged fez ao longo de sua carreira. Destaques para Nightmare, Danger Line, Buried Alive, Natural Born Killer, So Far Away, Victim, Fiction e Save Me. Sim, quase todas as faixas, pois, como já disse, o disco inteiro tem muita quaidade, algo bem acima dá média.

Apenas duas coisas me "desagradaram" aqui. A primeira é que a palavra "Fuck" (ou alguma derivada) é dita em pelo menos 6 das 11 faixas, e isso demonstra uma pequena falta de criatividade dos compositores. A segunda é algo que eu achei e não sei se outros concordarão, mas percebi que o A7X não mudou muito seu estilo musical em relação ao lançamento de 2007. Claro que eles evoluíram demais musicalmente, mas a mudança que estava ocorrendo desde o City of Evil me pareceu estagnada, e a banda mateve o que produziu no auto-entitulado "Avenged Sevenfold". Não é algo ruim, mas eu estava gostando da versatilidade deles a cada novo disco.

Ainda assim, Nightmare é um grande álbum. Com todas as suas ótimas características ressaltadas aqui, o CD conquistou, logo em seu lançamento, o primeiro lugar na Billboard. Além disso, ganhou alguns prêmios e já teve dois singles lançados: a faixa-título e Welcome to the Family. Mas também, com toda a qualidade apresentada pelo Avenged Sevenfold aqui, seria meio difícil ele não receber todo este (merecido) destaque. The Rev com certeza deve estar muito orgulhoso de seus antigos companheiros, seja lá onde ele estiver...

NOTA: 9,0.

Tracklist:
01. Nightmare
02. Welcome to the Family
03. Danger Line
04. Buried Alive
05. Natural Born Killer
06. So Far Away
07. God Hate Us
08. Victim
09. Tonight the World Dies
10. Fiction
11. Save Me


Line-up:
M. Shadows (vocal)
Zacky Vengeance (guitarra base)
Synyster Gates (guitarra solo)
Johnny Christ (baixo)
The Rev (backing-vocals, linhas de bateria)
Mike Portnoy (bateria)

Singles:





Capa do single "Nightmare".

4 comentários:

  1. Realmente um ótimo post gostei demais *-*. Soh uma coisinha, que na minha opinião Welcome to the Family merecia um lugar nos "destaques" tbm, poderia entrar no lugar de Fiction apesar de ser uma musica em homenagem ao The Rev, mas que eu particularmente n curti tanto quanto as outras. Fora isso, ficou mto bom o post, parabens =). Quem melhor para substituir The Rev do que seu maior ídolo Mike Portnoy? Ótimo album.

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  2. Realmente, Nightmare ficou maravilhoso e devo concordar também que Welcome to the Family é uma dos destaques do albúm.
    Mas gosto muito mais de So Far Away e Nightmare =D

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  3. acho que god hates us deveria entar ente os destaques, no lugar de natural born killer...
    fiction eu nao tiraria, é muito foda *-*

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  4. "Fuck" é uma gíria, um xingamento, não acho que esteja repetitivo e muito menos que seja falta de criatividade. No filme Scarface, essa palavra é dita 182 vezes aauhauhauhauhauhau
    Quanto à não ter mudado de estilo, eu gostei, só achei que tem muitas baladas.

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