domingo, 16 de outubro de 2011

CRÍTICA: Pink Floyd - Pulse [1995]


Imagine o show de Rock perfeito em todos os aspectos: som, produção, visual, música... Conseguiu? Pois bem, agora imagine o Pink Floyd realizando este show. Pronto, você agora tem noção do que é o "Pulse", gravado pela banda britânica em 20 de outubro de 1994 no Earls Court Exibihition Centre, em Londres, e que serviu  como show de despedida da banda, antes de ser desfeita oficialmente. Tudo o que você encontra aqui é lindo, psicodélico, maravilhoso: desde as canções executadas pelo grupo (na época já sem Roger Waters na formação) até o comportamento de cada cidadão que esteve presente na ocasião, realmente apreciando o que estava sendo apresentado.

Após assistí-lo, mudei totalmente minha visão sobre como se fazer um show de verdade. Este aqui é um épico dos épicos, que realmente ficou para a história. Muita gente diz isto, e você deve ficar se perguntando: "Mas será mesmo"? Sim, é, e respondo isso com toda a convicção do mundo. Simplesmente não existem adjetivos o suficiente para descrever "Pulse" no dicionário, e mesmo neste texto não conseguirei passar a sensação que temos ao assistí-lo. Mas farei o máximo possível para chegar perto disto.

Em aspectos técnicos, tudo perfeito. Destaque muito grande para o sistema de iluminação que, PQP, deu um show a parte conforme as músicas iam sendo executadas. Foi simplesmente a coisa mais psicodélica que já vi. Os telões também tiveram um papel fundamental no espetáculo, com fantásticos vídeos de fundo que se encaixavam perfeitamente com as composições. O palco em si era incrível, com uma estrutura colossal e vários níveis para os artistas se posicionarem. O Earls Court Exibihition Centre, local escolhido para a realização, também foi bem apropriado para ocasião, por ser uma espécie de teatro, o que fez com que o público pudesse assistir tudo confortavelmente das poltronas superiores e das mesas localizadas na pista.

No som, tudo igualmente perfeito. Todos os instrumentos estavam bem afinados e seus volumes bem regulados. Os músicos, como era de se esperar, estavam todos perfeitamente sincronizados, com uma performance absurda. Até mesmo os adicionais merecem um enorme destaque, pois tocaram cada música como se já tivessem anos do estrada com o Pink Floyd, pessoas de uma qualidade absurda. Destes, tenho que destacar o tecladista, que acompanhou de forma genial o já falecido Richard Wright (até roubou a cena em certos momentos), e as três "backing-vocalists", cujo melhor momento foi em "The Great Gig in the Sky", onde soltaram suas belíssimas vozes de uma forma extremamente fantástica.

O grande trunfo mesmo fica para a execução das músicas, bem como a escolha delas. Como disse anteriormente, todos estavam em uma sincronia fantástica naquele dia, e isso tornou as composições ainda melhores de serem ouvidas. Desde clássicos como "Shine On You Crazy Diamond", "Another Brick In The Wall (Part 2)" e o álbum "The Dark Side Of The Moon" na íntegra (sim, completinho e ao vivo), até algumas menos conhecidas como "Sorrow" e "Take It Back", elas foram tocadas de forma magistral, muito semelhante às versões de estúdio, mas com alguns toques especiais que só Gilmour, Mason e Wright seriam capazes de realizar ao vivo. Os músicos convidados, como também já dito, souberam se encaixar perfeitamente nas execuções, além de terem, inclusive, se mostrado bem carismáticos. E o mais legal de tudo foi que todos se propuseram e conseguiram com êxito realizar um setlist extremamente longo, com 22 músicas. Ao todo, são praticamente 2 horas e 30 minutos ininterruptas de show e uma performance incansável, bem como incomparável.

E tenho que, sem dúvidas, destacar o público. Apreciaram o grupo o tempo todo, sem atrapalhar ou fazer tumulto uma vez sequer. Também mantiveram-se sentados, só levantando para aplaudir e se despedir da banda. E ainda por cima cantavam junto quando necessário. Nada de briga, nada de tacar cadeiras, nada de depreciar o local. Um exemplo que multidões do mundo todo deveria seguir, não apenas do Rock, mas de qualquer estilo (especialmente aqueles que são conhecidos por serem menos "civilizados").

É, eu tentei, mas realmente não dá para transmitir a experiência de assistir "Pulse" através de um simples texto. Em suma, é o show perfeito, de uma forma que jamais será feita novamente (infelizmente). Escolha incrível da setlist, músicos de qualidade indubitável, som fantástico, telão e efeitos de luz dando um espetáculo a parte, público maravilhoso, e acima de tudo: Pink Floyd. Podem tentar, até conseguir um resultado semelhante, mas nenhum JAMAIS será equivalente ao que o grupo inglês fez nesta apresentação. É um "must-watch" para qualquer fã, seja da banda, de Rock ou de simples música boa. Tá esperando o quê para ir logo assistir?

NOTA: 10,0

Tracklist:
Shine On You Crazy Diamond
Learning to Fly
High Hopes
Take It Back
Coming Back to Life
Sorrow
Keep Talking
Another Brick in the Wall (Part 2)
One of These Days
Speak to Me/Breathe
On The Run
Time
The Great Gig In The Sky
Money
Us and Them
Any Color You Like
Brain Damage
Eclipse
Wish You Were Here
Comfortably Numb
Run Like Hell

Vídeos:





Perfeito demais, demais, demais...

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