quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

CRÍTICA: Watchmen


Quando Watchmen começou a ganhar rumo, isso lá em 2006/2007, percebi que seria um filme que eu gostaria de assistir. O porquê? Simples. Por causa de sua campanha viral, que já vinha acontecendo desde aquele ano, com o site/blog Rorschach's Journal. Lá, podiamos encontrar "posters" com os dizeres "Who Watches the Watchmen" e a famosa assinatura do personagem. Algum tempo depois, foi lançado um trailer do filme "300" (que também é do diretor Zack Snyder) que continha ninguém menos que o próprio Rorschach escondido, como se fosse um Easter Egg. Ele aparecia em uma cena bem, bem rápida mesmo, mas que já revelava um pequeno e insignificante trecho do filme e, ao mesmo tempo, aumentava minha  espectativa.
Porém, eu não sabia nada da história. Só sabia que era sobre heróis, mas nada mais. O tempo foi passando, o filme foi ganhando mais detalhes, trailers (um que toca Starlight, do Muse, inclusive), imagens e vídeos dos bastidores. E eu só fui acompanhando, minha espectativa só foi aumentando, e eu continuava sem saber da história. Até que, no começo do ano, aproveitando o agito dos fãs, resolvi baixar as 12 edições publicadas ela Editora Abril. E valeu muito a pena. Foi uma viagem incrível, que não é pra qualquer um. Uma trama inimaginável, personagens marcantes, elementos gráficos de matar, passagens adultas na história... Mas, principalmente, um desfecho matador e uma lição de moral inesquecível. Depois de ler Watchmen, não se enxerga mais o mundo da mesma maneira. Não dá pra esquecer.
Infelizmente, não consegui assistir a adaptação cinematográfica enquanto estava em cartaz nos cinemas. Ainda mais porque o filme pegou classificação de 18 anos em alguns lugares e minha cidade não tem um cinema sequer (¬¬). Mesmo assim, só ontem pude ver o filme, após 9 meses de seu lançamento mundial.
Mas a espera valeu a pena. E como valeu.

Watchmen é, sem dúvida alguma, uma das melhores adaptações já feitas. Não só de HQs, mas de livros, séries de TV, games e outros. Eu posso afirmar com toda a certeza: não dava pra sair melhor! Tudo está perfeitamente adaptado: o clima, as características, as aparências, os cenários, a sequência dos fatos... Tudo. Mesmo assim, houveram algumas pequenas mudanças nas roupas dos personagens, especialmente na do Ozymandias, e no final, que eu achei que ficou melhor que nos quadrinhos.
O filme começa onde deveria começar, e como deveria começar: com o assassinato de Edward Blake, também conhecido como Comediante. Esse começo é muito importante para a história e não podiam ter mexido nele, pois toda a história que vem a seguir gira em torno disso. Felizmente, isso não aconteceu e ele ficou intacto e muito bem executado. Todos os elementos da pequena luta de Blake com seu assassino (que eu não posso contar quem é) estão presentes, pra não deixar nenhum fã reclamando.
Após isso, vem os créditos iniciais. Achei muito legal o que foi feito nessa parte: uma espécie de recapitulação, que mostra tudo o que aconteceu desde os Minutemen até os dias em que a história acontece, que é uma versão alternativa do ano de 1985. Essa abertura mescla elementos da nossa realidade, como a chegada do homem a Lua, o movimento hippie, a eleição do presidente Richard Nixon nos EUA, entre outras coisas, com o universo paralelo da história, onde os Minutemen vão se aposentando, os Watchmen vão surgindo e o povo acaba se rebelando com eles, o que os torna ilegais a partir de 1977.
A partir daí, você começa a ver a semelhança da versão em HQ com o filme: tudo está praticmanente igual, até mesmo algumas falas. As ações dos personagens, o jeito que elas são executadas, as lembranças... Não dá pra botar defeito. Do início ao fim, você vê o filme e lembra dos quadrinhos, em cada momento da história ali apresentada.
Os atores, apesar de serem desconhecidos por muitos, dão um show. Jackie Earle Harley, por exemplo, incorporou perfeitamente o Rorschach, de uma forma que não dá pra imaginar outra pessoa interpretando o personagem. Isso sem falar na semelhança física que ele tem com o mesmo.
Voltando a história, o fim, uma das coisas mais importantes do filme, está praticamente intacto. Claro que mudaram a forma do acontecimento, mas o sentimento, a lição de moral, é a mesma. Eu até achei boa essa mudança, teve um pouco mais de sentido que a da HQ.

Enfim, Watchmen ficou uma excelente adaptação, e um excelente filme. Eu aconselho a lerem a versão em quadrinhos também, para verem o quão bem adaptado ficou. Sem dúvidas, um dos melhores filmes do ano, se não o melhor.

NOTA: 10,0.

Essa é, sem dúvida, uma frase que marcou a história de Watchmen.

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