sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Anotações - N° 19: Obrigado, Guitar Hero!

OK, esta certamente pode parecer uma postagem idiota, infantil, ou seja lá o que mais. Só que é um fato imenso para mim, e creio que para diversas outras pessoas da minha idade também. Portanto, sei que vários se identificarão com o que escreverei aqui, e consequentemente me entenderão.

Tudo nos remete há alguns dias atrás. Estava sem o que fazer, ou melhor dizendo, sem o que JOGAR (malditas atualizações do X360! ¬¬). Procurando por algo, eis que me deparo com meu guitar controller, no lugar onde ele sempre esteve: em cima do meu console. Por algum motivo, ele estava lá, parado, não tocado há meses, e eu, apesar de sempre vê-lo, não o dava atenção. Mas, na falta, por quê não? Conectei ele na entrada USB do video-game, tirei o DVD que estava lá dentro (FIFA 11, acho), e coloquei... Rock Band 3. Sim, totalmente irônico, a franquia que rivalizou com Guitar Hero praticamente desde os primórdios me fez lembrar de seu rival. Mas isso não vem ao caso agora, e fica para outra hora.

Passada a animação de abertura, menus iniciais e tudo mais, eis que me deparo com uma setlist imensa, composta por mais de 80 músicas. Vou passando por cada uma delas, procurando por uma boa e não tão difícil para jogar, depois de tanto tempo parado. Escolho Bohemian Rhapsody, logo entre as primeiras. Apesar de esperar um tempinho até a parte da guitarra começar, acabo me divertindo, como há tempos não fazia. Decido então dar uma olhada no resto da lista, para refrescar um pouco a memória. Algumas canções não deveriam estar ali, como "Rehab" da Amy Winehouse ou "Get Up, Stand Up" do Bob Marley (ROCK Band, porra), mas os clássicos do Rock ainda dominam, especialmente os da década de 1980.

Porém, 3 músicas em especial me chamaram a atenção. São elas "I Love Rock N' Roll" da Joan Jett, "I Wanna Be Sedated" dos Ramones e a clássica "Smoke on the Water" do Deep Purple. Senti-me na obrigação de jogá-las, e assim fiz, conseguindo ainda boas pontuações nelas (pra quem não jogava fazia meses é um bom sinal). A sensação foi boa, não posso negar, mas não foi a mesma coisa. Mas do que estou falando, e por que justamente essas 3? Simples, muito simples: elas faziam parte do repertório do primeiro Guitar Hero, justamente 3 das primeiras 5.

Ah, Guitar Hero 1. Me lembro muito bem dele. Férias de 2006/2007, o ganhei junto com o Guitar Hero 2 de Natal, pro meu velho PS2. Foi vício na certa, com aquela trilha sonora repleta de clássicos e algumas músicas que eu conhecia, apesar de serem quase todos covers dos artistas originais. Mesmo assim, eu era nulo em conhecimentos musicais na época, então a cada nova música liberada era uma novidade. E sempre mais diversão, junto com aquela jogabilidade simples e envolvente e aqueles personagens caricatos e carismáticos (que eu mal via enquanto jogava). Meu, eu precisava mostrar aqui pros meus amigos.

E assim o fiz. Todos ficaram maravilhados com a descoberta, compraram suas cópias... Enfim, viciei todo mundo também. E a galera foi melhorando junto, o que era bom, pois havia alguma concorrência. Acabei progredindo muito rápido, em menos de 3 meses já estava jogando no Expert (sendo que comecei no Easy e só avançava depois de fazer 5 estrelas em tudo). Mas encontrei alguns competidores a altura, talvez até melhores que eu. Não importa, pois todos sempre nos divertiamos bastante. Se tornou um hábito o pessoal se reunir na casa de alguém, independente do motivo, e ficar jogando horas e horas de Guitar Hero. Era sensacional, e ainda melhor que jogar sozinho.

Ao mesmo tempo, estava gostando cada vez mais das músicas que faziam parte dos jogos. Como disse, apesar de conhecer algumas delas, grande parte ainda novidade. Assim, ia pesquisando sobre as bandas que compuseram as minhas favoritas, lendo sobre suas histórias, conhecendo outras de suas canções famosas, baixando CDs. E conheci ontras bandas que ainda não estavam presentes nos games, como AC/DC, Metallica e Led Zeppelin, do mesmo modo que me aprofundava nas que já tinha algum conhecimento, como Queen, Iron Maiden, Ozzy Osbourne e Black Sabbath. Começava a construir um pequeno arsenal musical, que com o tempo se tornaria algo que nunca poderia imaginar. Mais do que isso: nascia ali uma paixão por música, sobre tudo pelo Rock.

O tempo foi passando, novos lançamentos aconteceram, conheci novas bandas, Rock Band apareceu (e roubou o posto de "jogo musical favorito"), comprei meu primeiro guitar controller (genérico, e que hoje tá totalmente ferrado), milhões de pessoas pelo mundo conheceram Guitar Hero... E a febre entre meus amigos começou a passar. Depois de um ano, poucos ainda jogavam de forma quase religiosa como eu, mesmo sendo o jogo do momento e todo mundo conhecendo. Outros jogos ganhavam mais destaque, especialmente Winning Eleven/PES, que vinha voltando a evidência com tudo (na verdade, nunca havia saído, apenas perdeu espaço). Mesmo assim, continuei acompanhando a série a cada novo lançamento, sempre em busca de alguma novidade e, claro de diversão...

Hoje o vício morreu pra todo mundo. Poucos ainda jogam Guitar Hero ou Rock Band, somente em ocasiões especiais, como fim de reunião entre amigos ou festas em buffets que tenham os instrumentos de plástico. Não sou nem sombra do viciado que fui um dia, aquele mesmo que conseguiu passar músicas como "Misirlou", "Jordan", "Bark at the Moon", "Holiday In Cambodia" no controle, ou "One", "The Number of the Beast", "Satch Boogie", "B.Y.O.B." no guitar controller. Mas uma coisa ficou: o amor pela música, o conhecimento adquirido, a razão por eu começar a tocar guitarra, os mais de 60 GB de CDs baixados no meu HD e, principalmente, os bons momentos, seja com os amigos, a família ou sozinho.

Obrigado, Guitar Hero, por tudo o que me proporcionou e ainda pode proporcionar. Não imagino como seria minha vida se nunca tivesse conhecido esse jogo, mas certamente tudo seria muito diferente... Enfim, "You Rock"!

Um comentário:

  1. Vish, veio. Acho que falou exatamente o que aconteceu com muitos. Lembro de ganhar meu PS2 e de ter todos os GH que tinha no momento. Coisa épica aquilo tudo. Comprei minha guitarrinha para poder jogar Rock Band. Continuei jogando. Amei o GH Metallica e assim foi indo. Mas nada disso muda o que esses jogos causaram. Por eles eu conheci Dream Theater, que hoje é uma das minhas bandas favoritas. No final das contas, tudo o que fazemos nos desenvolve de alguma maneira e, realmente, GH e RB marcaram toda uma geração que pode apreciar o que era e ainda é música de verdade.

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