quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

CRÍTICA: Red Dead Redemption [X360]


"I've been through the desert on a horse with no name...". Ao jogar Red Dead Redemption pela primeira vez e atravessar aquela área desértica do Velho Oeste estadunidense, na hora me lembrei dessa boa e velha música do America. Todo aquele ambiente extremamente vivo e realista me impressionou na hora, e em pouco tempo me senti como se realmente estivesse ali. A atmosfera criada pela Rockstar para o game é simplesmente uma das melhores já feitas, com todos os elementos daquela época representados de forma perfeita, especialmente a violência, coisa que a produtora, também responsável pelos jogos da série Grand Theft Auto (ou GTA), já é craque. Some a isso gráficos incríveis, um jogabilidade mais incrível ainda e uma trilha sonora de primeira e teremos o vencedor do prêmio de melhor de 2010.

A história de Red Dead Redemption é única e muito bem-trabalhada. No ano de 1911, você controla John Marston, um fora-da-lei aposentado (LOL) que teve sua esposa e filho raptados por agentes do governo estadunidense. A única maneira de revê-los é capturando ou matando seus antigos companheiros, começando por Bill Williamson, que agora é líder de uma nova gangue. Logo no começo os dois já se encontram, e John é baleado no confronto e por pouco não morre, graças a Bonnie McFarlene, que o acha e leva-o a um médico. A partir daí, cabe ao jogador desbravar todos os cantos (MESMO) do Velho Oeste dos EUA e até mesmo uma parte do México, também extensa. Personagens marcantes e muitas reviravoltas também marcam esta fantástica trama, que demora um bom tempo para ser concluída de forma surpreendente.

Os personagens, aliás, são um show a parte aqui. Cada um deles tem uma característica distinta que os diferenciam e os tornam cativantes. O próprio protagonista, inclusive, é uma criação fantástica, com toda sua história de vida, sua determinação, sua coragem e, principalmente, seu sarcasmo. Mesmo não sendo nenhum bonzinho, Marston consegue te comover em diversas passagens do jogo, assim como os que o acompanham (algo que varia muito). O que acontece com ele, especialmente no fim, com certeza te emocionará. Alguns outros secundários, como Irish e Professor McDougal, são engraçados e arrancarão algumas risadas durante a jogatina.

A jogabilidade é outro ponto de destaque em RDR. Diversas opções são dadas ao gamer em tudo. Que tal andar de cavalo, de charrete ou então de mula? Está afim de tomar uns drinks e jogar Blackjack? Por que não um Poker mais a noite? Quem sabe não quer bancar o justiceiro e capturar algum procurado? Assistir a um tosco filme, então? E uma caçada pela madrugada? Talvez domar alguns cavalos selvagens por aí? Ou ainda fazer as missões principais? Como deu pra ver, existe quase que uma infinidade de tarefas presentes no título, e isso sem contar os modos multiplayer. E tente pensar nisso tudo com controles que respondem perfeitamente aos comandos apertados. Existe outras possiblidades de interação com o ambiente também, como pegar plantas raras, saquear corpos, tirar pele e carne de animais mortos, duelar com forasteiros... Como eu disse, é praticamente uma infinidade de coisas a se fazer aqui. E tudo com fluindo naturalmente, como se fosse real.

"Welcome to Mexico, Mr. Marston."

A trilha sonora do game conta com muita qualidade. Uma das coisas mais marcantes de qualquer GTA sempre são as músicas presentes nele. Mas lá temos uma explicação: os rádios presentes nos carros. E em Red Dead, onde carros não existem e cavalos não tem rádios? A solução foi colocar algumas músicas de fundo, quando se está cavalgando por certas distâncias. E tais músicas combinam perfeitamente com a atmosfera do jogo, dando até um toque cinematográfico a ele. O grande destaque vai para Far Away de José González, que aparece nos momentos finais da aventura, e que também ganhou um prêmio no VGA '10. Quanto aos efeitos sonoros, tudo está perfeito aqui, com reproduções de sons de animais, cavalgadas, tiros, explosões e muito mais. A dublagem também é ótima, com as falas sincronizadas de forma perfeita com os movimentos labiais e até alguns diálogos em espanhol, quando se está no México.

E, finalmente, os gráficos. Deixei este ponto por último por ser, para mim, o maior destaque de Red Dead Redemption. Tudo é muito lindo visualmente, desde o pôr-do-sol até os cavalos cavalgando livremente por aí. A vida que o jogo tem é algo absurdo, com uma movimentação perfeita de tudo e todos, e pequenas mudanças nos cenários com o passar do tempo. Aves voam, ursos surgem de trás dos arbustos, coiotes e lobos tentam atacá-lo a noite, cobras rastejam sorrateiramente... E ainda existe o tráfego de cavalos e pessoas pelas estradas e cidades, algo que varia muito de local para local e também depende do horário. Tanto os animais quanto os humanos e o cenário foram modelados  de forma extremamente realista e fiel, com semelhanças absurdas em relação a realidade. A única coisa que tenho a reclamar é que, muito raramente, ocorrem alguns bugs gráficos, que não chegam a incomodar, mas acabam tirando os 100% de perfeição gráfica.

Como em todo grande jogo, RDR tem muitos extras presentes. Cavalos melhores para serem domados, animais que só existem em determinadas áreas, missões extras e sem influências na história principal, ajudas a deconhecidos, plantas perdidas... Mais uma vez: é quase uma infinidade de tarefas. E ainda existem alguns DLCs (expansões) que adicionam mais elementos ao jogo, entre elas "Outlaws Till The End", "Legend and Killers Pack", "Liars and Cheats", "The Hunting and Trading Pack" e o famoso "Undead Nightmare", que inclui elementos de filmes B de terror somados com um certo humor e que é considerado, por muitos, a melhor adição do título.

Com história incrível, gráficos de cair o queixo, jogabilidade perfeita e uma trilha sonora extremamente competente, Red Dead Redemption com certeza mereceu receber o título de melhor game de 2010. A Rockstar se superou mais uma vez com este fantástico game "open-world", após o ótimo trabalho com Grand Theft Auto 4, de 2008. É um must-have na coleção de qualquer um, seja ele um gamer casual ou um verdadeiro viciado hardcore. A dificuldade encontrada aqui é para todos, mas não vá pensando que RDR é um fácil jogo de se terminar. Ainda mais pela longa trama, onde se tem uma longa jornada até o fim...

Gráficos: 9,8
Jogabilidade: 10,0
Som: 10,0
Diversão: 10,0
Desafio: 10,0
Extras: 10,0

NOTA: 10,0

Trailer:


"Surrender, partner!"

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