quarta-feira, 6 de julho de 2011

CRÍTICA: AC/DC - Live at River Plate [2011]


NOVIDADE AQUI NO BAR! Pela primeira vez em toda a história deste blog, uma crítica completa de um SHOW! Isso mesmo: a partir de hoje, 06/07/11, o Bar Obi-Wan terá um espaço garantido para críticas, notícias e divulgação de shows (com preferência para os de Rock, claro). Alguns dos que ainda devem aparecer por aqui são Pulse do Pink Floyd, Live Afer Death do Iron Maiden, Live Sh*t: Binge And Purge do Metallica, entre outros. Mas nada melhor para iniciar esta nova sessão do que um show como o "Live at River Plate", do AC/DC.

Gravado ainda em 2009, no Estádio Monumental de Nuñez, na Argentina, durante a "Black Ice World Tour" e lançado apenas em maio deste ano, "Live at River Plate" é, em sua essência, como todo show deveria ser: simples e fantástico. E a excelente produção de palco, a performance IMPECÁVEL dos senhores de 50/60 anos que ainda tem muito pique, a ótima escolha das músicas que foram reproduzidas e todo o agito do incrível público argentino melhoram ainda mais a experiência.

Em termos técnicos, simplesmente não há o que reclamar. A filmagem é perfeita, com excelente iluminação, diversos locais e ângulos de imagem (foram usadas TRINTA E DUAS câmeras), cenas do público, efeitos especiais com um pouco de psicodélica... É tudo muito incrível. Gostei muito dos momentos em que duas imagens de ângulos diferentes ficam emparelhadas na tela, achei isso muito bacana. Também achei interessante os takes na platéia, pois eles mostram diversos momentos distintos, mas com a galera sempre cheia de energia, pulando bastante e não parando nunca. Aliás, a única diferença entre o público brasileiro e o argentino ficou bem explícita aqui: no Brasil, se canta mais, enquanto na Argentina se agita mais. Mas é só isso, porque a energia de ambos no momento do espetáculo se equivale.

Quanto ao som, também não há muito o que se comentar, fora as características positivas. Tudo excepcionalmente mixado, de forma que se ouve muito bem o vocal, as guitarras, a bateria, o público, os efeitos pirotécnicos... Até o baixo, que geralmente é ignorado pela banda, aparece em alguns momentos. A única coisa que pode causar "estranheza" em primeiro momento são as músicas sendo executadas em um tom abaixo do normal, mas isso se deve ao fato de que o vocalista Brian Johnson já não tem mais a mesma voz de seus tempos áureos e então não força muito a garganta, ou a voz some depois de três shows seguidos.

O que mais me impressionou, porém, foi a performance do quinteto. Como disse anteriormente, o AC/DC foi impecável no palco, sem exageros. Eles podem ter idade já, mas parece que são apenas números sem sentido algum para eles, pois todo o ânimo e a empolgação do auge de suas carreiras continuam até hoje. Brian Johnson, mesmo não tendo mais a mesma voz do passado, ainda é um grande vocalista, demonstra ainda ter muito fôlego, e não para de se movimentar pelo palco (que conta com uma pista que vai até o meio do público) em nenhum instante. Malcolm Young e Cliff Williams permanecem mais parados, como de costume, mas se mostram muito sólidos na execução das bases e linhas de baixo. Phil Rudd não deixa de surrar sua bateria em momento algum, sempre com um cigarrão no canto da boca. E Angus Young... Ah, esse não muda nunca. Corre pelo palco, realiza "Duck Walk", faz "striptease" no meio da apresentação, agita a galera, toca solos de guitarra se jogando no chão e rodando deitado, vai para o meio da galera em uma plataforma que se ergue. E os caras seguem nesse ritmo durante as mais de 2 horas de duração do show, executando 19 músicas, que vão desde as mais clássicas como Back In Black, Highway to Hell e Thunderstruck, até as mais recentes do álbum "Black Ice", como Rock N' Roll Train, Black Ice e War Machine, que soam extremamente bem no repertório e são entoadas pela galera como se fossem as mais antigas.

O AC/DC pode ter lançado poucos registros ao vivo em vídeo (com parado a algumas outras bandas, foi pouca coisa mesmo), mas todos eles sempre trouxeram o que os fãs esperavam: muita qualidade e Rock N' Roll. Em "Live at River Plate" não foi nem um pouco diferente, com uma produção fantástica, espectadores muito animados e participativos, uma trilha sonora de primeira que mescla clássicos com as músicas do CD mais novo e, mais uma vez, uma apresentação fantástica dos membros da banda, com shows a parte de Brian Johnson e, principalmente, Angus Young. Esses "tiozões" tem o verdadeiro espírito do Rock dentro deles, e nunca deixarão isso morrer. Enfim, perfeito, do início ao fim.

NOTA: 10,0

Tracklist:
Rock N' Roll Train
Hell Ain't A Bad Place To Be
Back In Black
Big Jack
Dirty Deeds Done Dirt Cheap
Shot Down In Flames
Thunderstruck
Black Ice
The Jack
Hells Bells
Shoot To Thrill
War Machine
Dog Eat Dog
You Shook Me All Night Long
T.N.T.
Whole Lotta Rosie
Let There Be Rock
Highway To Hell
For Those About To Rock (We Salute You)

Vídeos:







Produção fenomenal, público incrível e execução perfeita... Um show para estar na coleção de qualquer fã.

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