Sabe quando você se sente velho?
Quando o desenho que você mais assistia na televisão não passa mais e nova geração de crianças nunca ouviu falar nele. Quando cantamos aberturas de desenhos e filmes que assistíamos e assistíamos e que agora nem passam mais na televisão, mas você ainda tem o VHS. Quando você se lembra de coisas que estavam perdidas em sua mente. E quando vê as crianças da sua família nascendo e crescendo, fazendo com que simplesmente você comente: "Nossa, ela já tem 4 anos!", "Meu Deus, fulano vai fazer 7 esse ano!". É assim que vemos que o tempo passa e que ele pesa em nossas costas.
Quando eu fiz dezesseis anos, há 2 meses atrás, não senti nada de diferente em mim. Não senti o peso dos anos e nem o peso da responsabilidade que estavam sendo amarrados em mim. Mas aí eu olhei para trás e vi tudo aquilo que já passei. Tudo aquilo que vi e ouvi. Dezesseis parece pouco tempo, porém é muito. Ontem mesmo estava relendo as Anotações passadas e o Diário de Bordo. Deus. Como eu estava desesperado ano passado. Em completo desespero de encontrar alguém, me apaixonar, e blá blá blá. Não acreditei que estivesse TÃO mal assim. Mas estava. E olhando agora, parece que foi há uma eternidade atrás.
Não sei se amadureci. Se meus textos amadureceram. Se eu senti e vivi o suficiente para saber do que eu estou falando. Mas, de qualquer maneira, me sinto diferente. E hoje, além de quaisquer outros dias que eu viva, eu sinto o peso dos dezesseis anos de memórias, sentimentos, amores e felicidade que eu carrego para qualquer destino que eu siga. Eu sinto que eles me mudam a cada passo que eu dou adiante do futuro, porque eu sei que mais carga é colocada atrás de mim.
Mas o problema não é se sentir velho. É ver as coisas que já fez e analisa-las. Verificar se fizera tudo corretamente ou se alcançou o que pretendia. É entender se sua vida, até aquele momento, valeu a pena. Posso ter dezesseis (e vou ficar repetindo isso, porque, além do mais, esse é o nome da anotação), mas já deu para entender onde errei e onde falhei. Já deu para ver quem eu sou e que estrutura de vida eu estou formando. Alguns podem pensar bobagem, mas acho que fiz tudo da maneira como eu deveria fazer, mesmo com arrependimentos que irão me perseguir por mais dezesseis anos.
Eu olho para atrás e vejo um mar de lembranças e memórias. Olho para onde estou e vejo uma área sem marcas e nem destino. Olho para frente e vejo um céu que me chama para ser explorado. Seja lá o que o destino me guarda, eu seguirei. Com aquele peso nas costas; arrependimentos na alma e esperanças no olhar.
Obs: anotação de número "16" que se intitula "Dezesseis", que é nada mais e nada menos do que uma música da Legião Urbana. Existem mais coisas no número 16, mas isso fica para outro texto. Ou para alguma conversa. Sei lá.
*-*
ResponderExcluireh cara n eh facil ter 16 anos nas costas... mas imagina quando a gnt tiver 60? shaushaushasuh
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