sábado, 4 de setembro de 2010

CRÍTICA: The Beatles: Rock Band


Durante muito tempo, formulei uma hipótese: tudo que tenha o Fab Four envolvido é simplesmente fantástico. Pode ser um CD, vinil, coletânea, filme, camiseta ou até um simples foto: será, de alguma forma, diferente e especial, de diversas formas ou sentidos. Deve haver alguma magia que faz com que tudo relacionado aos garotos de Liverpool seja assim. E The Beatles: Rock Band só reforça essa idéia.

Durante a E3 do ano passado, a Harmonix e a EA Games anunciaram algo que, por muito tempo, pareceu impossível: a autorização de uso das músicas e da imagem dos Beatles em um game. Melhor que isso: em um game SÓ DELES. Então, muitas cabeças explodiram (inclusive a minha) e vários ficaram ansiosos pelo lançamento do jogo, que seria apenas no dia 9 de setembro de 2009 (09/09/09). Eu, porém, tive que esperar praticamente mais um ano para poder testá-lo (só pude jogar ontem). Felizmente, minha espera mais longa foi brilhantemente recompensada.

Em The Beatles: Rock Band, você acompanha toda a trajetória da banda jogando as músicas presentes no disco. Só por isso já dá pra perceber o quão emocionante a experiência é, se não fossem por dois fatores a mais. Primeiro que, no modo história, as canções não são apresentadas por dificuldade, e sim pela ordem cronológica. E segundo que os palcos foram fielmente reproduzidos, não só na estética, mas também foram adicionadas falas dos membros durante os shows enquanto está ocorrendo loading, e, além disso, eles também estão em ordem temporal. Em suma: você joga as músicas certas nos lugares certos, e ainda dá pra se sentir presente nas apresentações.

Na parte visual, o jogo está fantástico. O quarteto e os lugares onde ocorrem as apresentações estão muito bem feitos, com expressões facias realistas, excelentes efeitos e ótima movimentação. Isso sem falar dos "Dreamscapes", que surgem durante a fase das gravações de estúdio dos Beatles justamente para que as cenas reproduziadas durante a jogatina não fiquem monótonas. E realmente não ficam mesmo, pois elas acabam incorporando o espírito das músicas, além de fazerem referências aos filmes da banda, como "Yellow Submarine" e "Magical Mystery Tour".

"Oh yeah I, will tell you something, I think you'll understand..." ♫

A sonoridade dispensa comentários. Pense assim: 45 músicas dos Beatles REMASTERIZADAS presentes em um jogo. Acabou, você não precisa de mais nada. Ainda por cima, a produtora resolveu adicionar as previamente citadas falas e sons que realmente aconteceram durante as apresentações e gravações, e modificar um pouco (para melhor) o final de algumas das composições, especialmente (ou talvez somente) das que acabam com o efeito "fade-out". O problema é que as 45 acabam não sendo suficientes, pois a maioria é muito curta... E então fica uma baita sensação de "quero mais" ao terminar TB:RB.

A jogabilidade é, sem dúvidas, a melhor de todos os games musicais. A engine está umas cinco vezes melhor que a de Rock Band 2 que, aliás, já era ótima. Tudo está em seu devido lugar, e não houveram invenções que ferrassem com as músicas (como os "acordes dentro de outros" de Guitar Hero: World Tour em diante). Só achei que algumas das charts ficaram um tanto exageradas (pra criar alguma dificuldade nas músicas, provavelmente) e alguns HOs/POs aparecem em lugares pouco estratégicos (o que acaba te prejudincando um pouco). Nada que compromenta o jogo gravemente, porém.

E ainda existem diversos extras no jogo, que só expandem a diversão e a experiência: fotos para serem liberadas, challenges para serem desbloqueadas e concluídas, ítens para serem usados no seu perfil do X360 (no PS3 e no Wii também)... E também tem algumas opções interessantes para modificá-lo, como o "Super Speed" (antigo Hyperspeed dos GHs), "Performance Mode" (onde as charts e a letra desaparecem) e um que, quando ativado, aumenta (E MUITO) o som dos gritos do público, justamente para mostrar como seria uma apresentação dos Beatles naqueles tempos.

Com tantos pontos positivos, fica claro que The Beatles: Rock Band se trata de um dos melhores jogos musicais já feitos, e não apenas por ser do Fab Four, mas pelas características únicas presentes nele e que o fazem, obviamente, único. Se você é fã, é um prato cheio para você. E, mesmo você não sendo fã, experimente. Garanto que não ficará arrependido. Só não espere nenhuma música com dificuldade semelhante das do Dragonforce, até porque Beatles é infinitamente melhor que aquelas fritações ridículas e mal-feitas.

NOTA: 9,5

Trailer:

"Here Comes The Sun, Here Comes The Sun, It's Alright..." ♫

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