CRÍTICA: Alan Wake

Por muito tempo esperei esse jogo. Mesmo com pouco conhecimento sobre o que se tratava, Alan Wake me chamou atenção por diversos fatores, com o aspecto visual, que parecia impecável, a jogabilidade, que parecia inovadora e ótima, a história, que, como disse, desconhecia muitas partes, mas parecia ser fantástica, e pela proposta de fazer um thriller psicológico, o que me pareceu surpreendente.

Felizmente, minha longa espera foi recompensada. Alan Wake é tudo aquilo que eu disse no parágrafo anterior (ótimo, surpreendente, fantástico, belo...) e mais um pouco. Sim, mais um pouco, pois, por mais incrível que pareça, o jogo consegue ser aterrorizante. Mais aterrorizante, inclusive, do que jogos como Resident Evil 5, já considerado um clássico do Survival Terror e que, por mais que possa parecer meter medo, é muito previsível, coisa que não acontece no game que está sendo analisado agora.

Na trama, você controla Alan Wake, um escritor famoso que, no momento, está sem muita inspiração e resolve tirar umas férias com a esposa em uma cidadezinha chamada Bright Falls. E é aí que começa o problema: chegando lá, fatos misteriosos acontecem e sua esposa, logo em seguida, desaparece. A partir desse ponto, a ação começa, e os inimigos aparecem aos montes. Tudo isso intercalado com excelentes cutscenes e uma narração digna de série de TV. Aliás, esse é o ponto curioso do jogo: ele é todo narrado por Alan e dividido em episódios como se realmente fosse uma série, com direito a diversas músicas de encerramento e cenas do capítulo anterior, contendo até o "Previously on Alan Wake...". É simplesmente genial.

Sobre os gráficos, não tenho muito a dizer. Eles são simplesmente lindos, fantásticos e muito bem feitos. Os moldes dos personagens são excelentes, com expressões faciais muito boas e movimentação perfeita. Os cenários são enormes, muito bonitos e cheios de mistérios. O jogo ainda tem uma iluminação incrível, totalmente criada para dar um clima muito maior de suspense na aventura. E o melhor de tudo é que o jogo ainda receberá melhorias gráficas através de DLCs (coisa que os não-usuários da Xbox Live não poderão desfrutar :/).

Este é Alan Wake, em mais um momento de tensão no game.

A jogabilidade é ótima e os elementos e comandos funcionam muito bem. A combinação da lanterna com as armas para poder se livrar dos inimigos é uma das maiores inovações, pois mesmo sendo parecido com "mirar e atirar", envolve bem mais do que isso. E ainda existem outros elementos no game que fazem a diferença, como o fato de Alan se cansar quando corre muito rápido, o gasto de pilhas para a lanterna, os movimentos lentos e silenciosos usados para não chamar atenção ou o gasto muito rápido de munição para se livrar das ameaças.

A trilha sonora também é um elemento muito importante presente em Alan Wake. Unida com a iluminação e as situações, ela também ajuda a dar um clima brutal de suspense em diversas partes do jogo e, acredite, muitas das situações de susto são causadas por ela. A dublagem também é impecável, pois é perfeitamente sincronizada e, além de tudo, as vozes combinam perfeitamente com os personagens. Outros efeitos sonoros, como tiros, barulhos de carro e etc. também cumprem perfeitamente seus papéis.

A dificuldade também está presente aqui, sendo que diversos pontos do game você deve pensar muito bem antes de agir, criar estratégias, e tentar desviar o máximo possível dos obstáculos que transpõem seu caminho. Simplesmente correr, atirar ou as duas coisas juntas não resolverá muita coisa na maioria dos casos. Afinal, sendo um thriller psicológico, é mais do que óbvio que o pensamento e o raciocínio são elementos muito presentes.

O único fator que pode desagradar um pouco é a duração do jogo, pois ele é muito curto e você pode terminá-lo em "poucas" horas (algo em torno de umas 10~15). Mas Alan Wake cumpre o que promete e bem mais, com seu desafio lógico, sua ação fantástica, seu realismo acima da média e todos os elementos que qualquer thriller deve conter. Sem dúvidas, um forte candidato a melhor game do ano.

NOTA: 9,5.

Trailer:

Realista é pouco para um gráfico desse naipe.